Gostaram? devo continuar escrevendo esse?

Quarta feira, 13 de novembro de 2016, por volta das cinco e quarenta da manhã, me levanto e faço o de sempre... Inicio a rotina imposta pelo meu sistema; escovo meus dentes e na escova o melhor creme dental do supermercado, crente que aquilo resolve o problema de minhas caries, sem precisar ir ao dentista mercenário. Visto minha roupa, e ao calçar meu tênis sinto orgulho de ver em meus pés o tênis mais caro... Nunca foi pra fazer inveja, apenas é um fruto do meu trabalho, e repito... Bem caro. Tomo meu café puro enquanto abro o pote de geleia gringa e passo em minhas torradas, minha esposa logo se levanta e vê toda mesa já arrumada, ilusoriamente pra ela sou um ótimo marido, e às vezes até acho, mas coitada; mal sabe ela que tenho mais duas namoradas, Enfim... Dou-lhe um beijo e faço um elogio a sua roupa rasgada, digo que mesmo rasgada ela ainda fica linda naquele traje de dormi; não espero ela terminar de tomar o seu café e saio correndo dizendo que estou atrasado, lhe dou um beijo e vou pro meu trabalho.

Sou empresário há sete anos, mas odeio terno... Acho o cúmulo e só tenho um no meu armário, sou do tipo quarentão despojado, cheio da grana e tudo o que quero tenho ao meu lado. Patrocino dois jovens talentos, quer dizer... Jovens sim, mas são bonitos e isso que pede o mercado; creio que hoje em dia não necessariamente só o talento é necessário, digamos que apenas uma voz meia boca com uma aparecia legal e letras “amorosas” fazem um ótimo teatro. Trabalho com esses dois cantores que dizem fazer musica caipira, mas cá pra nos, não sabem o que é uma enxada; visto eles com calças do melhor couro e botas importadas. Há antes que eu me esqueça vou me apresentar de fato. Meu nome é Carlos Andrade, sou filho de pais divorciados e sempre morei em São Paulo, nunca mudei de cidade, minha mãe já falecida, se chamava Roberta, era advogada e meu pai que também se chama Carlos foi um ótimo medico hoje já aposentado... Eu nunca trabalhei, pois nunca foi necessário, cresci em meio a toda turbulência que foi o casamento dos meus pais e só aquilo que eles me davam me confortava, fui aprendendo a suprir minhas dores e angustias com as coisas matérias que eu ganhava... Sempre fui rebelde e em meio a minha adolescência por más influencias me envolvi com drogas e talvez causando o maior motivo para a separação dos meus pais, que pra mim sempre foram separados; pelo menos eu pouco os via juntos, raramente em um almoço aparentemente feliz e como sempre forjado, sempre com um meio comercial

Nunca tive problemas e tudo que me perturbava eu mandava alguém solucionar...