Minha Janela
Minha janela está trancada para a luz que vem de fora, a solidão que dentro de mim sussura em palavras sombrias, me indicam o sono profundo,
As gotas que caem do meu rosto são repletas de palavras que se engasgaram e sufocaram minha voz.
De longe sentada em um canto qualquer do meu canto observo pela fresta de luz que entra pelas deixas da minha janela, sombra de passos das centenas de pessoas que passam por fora, todas elas repletas de problemas talvez até piores que os meus... Mas nem todo mundo é tão forte quanto meu peito, de ter medo, um medo tão banal de se deitar na cama e, adormer até sonhar, sonhar com pessoas, fatos, ou acontecimentos na qual daria qualquer coisa para apagar da minha memória como se apaga palavras erradas com uma borracha.
A minha própria sombra se esconde dos meus passos, tão incertos como meu futuro aqui.
As vezes o frio é tão intenso em mim que nem mesmo uma temperatura mais alta seria capaz de aquecer as gotas cristalizadas de minhas intensas tristezas que insistem em perfurar minha alma, meu coração me levando lentamente a uma morte vagarosamente dolorida. E tudo isso apenas simplesmente machucam.
Feito brasa quente a raiva consome meus pensamentos, e sem ter uma válvula de escape, rasgo meus próprios punhos.