Memórias de um balanço
Gui estava no quintal, olhava o balanço de pneu que ainda fazia sombra naquele fim de tarde. O Sol ia se pondo devagar.
Ele olhava com uma vontade de brincar, estava cansado e acabara de chegar da escola. Era hora de se divertir, mas ele não se movia.
Um sentimento diferente o afligiu. Um misto de tédio e realidade, como quem abre os olhos e vê um mundo em degradê, com as cores se tornando cada vez mais cinzas.
De repente o balanço parecia diferente, parecia mais baixo, menos emocionante, rústico.
O Sol parecia se pôr mais rapidamente, como se o dia estivesse mais apressado em acabar. Era como se a noite oferecesse um descanso melhor. Parecia que o próximo dia seria só mais um. E as datas nada mais representassem.
Guilherme olhava o velho balanço no quintal, que ainda fazia sombra naquele fim de tarde, e se lembrava do dia em que cresceu.