"[INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA ANIMAL]".
Num árido longínquo,nos confins do fim do mundo.
Uma caravana de nômades se locomoviam,monta-
dos em lombos de camelos,com suas provisões mu_
lheres,crianças e vários cães.
Os homens,cortavam nos pés calçados em sandálias,
tipo franciscana calcanhares rachados por tanto
ressecamento daquele local extremamente seco,
envoltos à turbantes surrados pelo tempo.
Por dias e dias embaixo de sol escaldante,
por muitos quilômetros sem encontrar absolutamente
nada a não ser areia e tempestuosos ventos que deslo-
cavam as dunas de lá pra cá sem sessar.
À certa altura da viagem um suplício infernal começou,
por acabar as provisões a água a tudo para o racionado
sustento daqueles obcecados por um nada.
E mais dias se passavam sem encontrarem o oásis que
tanto seriam-lhes útil pra reporem seu estoque de água,
e obviamente encontrariam um comércio pra recomporem
suas provisões.
Não obstante,as necessidades de que já tinham acabado,
uma das mulheres entrou em trabalho de parto,dando à luz
ali mesmo sem condições de higiene e cuidados com aquele
pequeno nômade que acabara de nascer.
Sem recurso nenhum,a pobre genitora entrou em óbito,
sendo enterrada ali mesmo na areia sem muita cerimônia.
O filho foi ali deixado a mercê da sorte,que lhe era tão
rarefeita devido a situação em que se encontrava a caravana.
As mães que amamentavam seus pequenos se recusaram
à alimenta-lo pois tinham pouco leite por estarem desidratadas
devido a grande falta de água.
Largado em panos sujos,ainda de placenta seca,deitaram-
no embaixo de uma tenda numa esteira à espera do momento
em que morreria de fome.
Saíram de perto para que não vissem o sofrimento,
pois chorava tanto que ouvia-se de longe como uma canção
macabra chamando a morte.
Passados uns instantes não foi mais ouvido mais aquele choro triste.
Para todos,tinha chegado o fim daquele que mal tinha ainda
começado à viver.
Ficaram por horas na espreita sem coragem de fazer o enterro,entreolhando-se uns para os outros.
Resolveram então terminar mais aquele episódio triste diante
tantos que já tinham passados naquela trajetória dessa cultura
arcaica, mais milenar dos nômades do deserto.
Foram então em direção à tenda,ao chegarem lá depararam
com uma cena que chocou todos os presentes deixando-os
perplexos naquele lugar de miséria e desconforto e necessidades,
sem meios de uma vida decente e saudável.
Encontraram uma cadela magra da matilha,que acompanhava a caravana em cima do pequeno ser,lambendo-o e dando de
mamar com a maior naturalidade do mundo.
Nem seus filhotes ela deixava chegarem perto dando lhe
guarida segura.
Anoiteceu e amanheceu ela ali postada exclusivamente
cuidando daquele que mais necessitava no momento.
Levantaram acampamento se localizaram e em menos
de meio dia,encontraram o almejado oásis tão procurado.
Refizeram-se e repuseram seus mantimentos,água e provisões berganharam uma cabra e uma camela para obterem leite
suficiente para o pequenino recém nascido e seguiram à
rumo ao um futuro incerto que esses céticos de civilizações
em sociedade maior,que é esse nosso mundo moderno!!!