O TRÂNSITO PERFEITO

Nesses tempos de transito intenso e de tanto estress, encontro-me feliz e relaxada.Descobri o meio de transporte ideal. Fácil e barato. Não necessita combustíveis fósseis e, de modo algum polui o ambiente. Equipamentos necessários: somente a roupa do corpo e um travesseiro. Contudo, há que ter cuidado com a escolha do calçado.

Hoje, mesmo, fiz um traslado. Percorri toda a Av. Afonso Pena, ida e volta. Ocorreu tudo conforme o esperado. Senti-me orgulhosa e, até, com certo ar de superioridade. Encontrei-me com uma conhecida, perto do pirulito da Praça Sete, que queria meus serviços de fotografia. Ali, de baixo, ela elogiou meu novo meio de transporte e, em seguida, passou-me seu endereço. Confesso que nem a ouvi direito, mas imaginei que seria fácil encontra-la depois.

Passei por galhos de árvores, fios e tive medo de esbarrar-me nas cercas elétricas. Também, perdi meu chinelo. Não era daqueles de marca famosa, mas um pretinho florido, da concorrente, que eu adorava. Pensei em voltar para procurà-lo, mas achei que era serviço perdido. Ele já teria encontrado, com certeza, uma nova dona.

Exceto esses pequenos inconvenientes, nenhum outro prejudicou minha jornada. Ar livre, apesar de não muito puro, vento nos cabelos, visão privilegiada, velocidade controlada, e eu agarrada a meu travesseiro fofinho. Que maravilha!

Passados, mais ou menos, sessenta minutos, sento-me na cama, retornando, e vejo a um canto do quarto meu lindo par de chinelinhos, presente do meu marido! Que grata surpresa! Coloquei-os nos pés e saí pela casa feliz e relaxada. O trânsito estava perfeito. Nem um pingo de estress!

DoraSilva
Enviado por DoraSilva em 11/03/2013
Reeditado em 11/03/2013
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