O AMOR E A SAUDADE
"Tu és nostalgia, tu não és a existência, não tens carne, não tens aflição, nem receio. E no calmo amor teu, tu és a verdade. Tu és seresteira, saudade do tempo, luz e silencio, saudade! Tu és o clamor, a última esperança. Tu és velha Cinderela do pobre amor. Não fostes nunca amiga minha, foste a dor, tormento em meu peito. Foste outrora, o céu de outrora e presença sôfrega. Eu te perguntaria, se pudesse, porque habita nesse espaço e dorme ano luz? És bonita e imensa! És séria. És como o soldado entrincheirado. Teus olhos não têm o colorido reluzente do castanho poente da tarde. Não tens pernas, mas a doce poesia arrasta. Revive o amor, solta na canção divaga em memórias sonhadoras. Tu és repudio de minha vestia! Eu sou teu corpo, esteio de seu ponto. És egoísta e tanto. És devagar como a tartaruga! Áspera! Fria e não atenuante. A pedra que despenca da montanha contigo não se parece, não tens consistência, mas o poeta sôfrego utiliza-te na madrugada! Tu não és dona do meu amor! Não. Tu não és inquilina do meu peito de adolescente, mas és melodia colossal. Por que me maltrata? Por que me machucas? Por que me leva ao retorno? Tua presença me tira do cenáculo da suavidade. Tu não és minha irmã, sou apenas teu cantor no meu silêncio terno e teu admirado sossego onde mora a triste poesia! Há saudade por que entra subitamente e indaga se te amo esnobando teu riso em verso e prosa? Por que me transporta em teu colo, és louca? Há velhice em teu olhar, não crescemos juntos, mas agora me desafias e tentas ficar às despedidas. Tua magia é lenha que o fogo não queima. Choro esse teu clamor, és o último lirismo de minha poesia. Esse mar não é teu, as flores não atendem ao meu chamado. Oh, deixa de dizer que te amo! Que se não me entristeço”
"Tu és nostalgia, tu não és a existência, não tens carne, não tens aflição, nem receio. E no calmo amor teu, tu és a verdade. Tu és seresteira, saudade do tempo, luz e silencio, saudade! Tu és o clamor, a última esperança. Tu és velha Cinderela do pobre amor. Não fostes nunca amiga minha, foste a dor, tormento em meu peito. Foste outrora, o céu de outrora e presença sôfrega. Eu te perguntaria, se pudesse, porque habita nesse espaço e dorme ano luz? És bonita e imensa! És séria. És como o soldado entrincheirado. Teus olhos não têm o colorido reluzente do castanho poente da tarde. Não tens pernas, mas a doce poesia arrasta. Revive o amor, solta na canção divaga em memórias sonhadoras. Tu és repudio de minha vestia! Eu sou teu corpo, esteio de seu ponto. És egoísta e tanto. És devagar como a tartaruga! Áspera! Fria e não atenuante. A pedra que despenca da montanha contigo não se parece, não tens consistência, mas o poeta sôfrego utiliza-te na madrugada! Tu não és dona do meu amor! Não. Tu não és inquilina do meu peito de adolescente, mas és melodia colossal. Por que me maltrata? Por que me machucas? Por que me leva ao retorno? Tua presença me tira do cenáculo da suavidade. Tu não és minha irmã, sou apenas teu cantor no meu silêncio terno e teu admirado sossego onde mora a triste poesia! Há saudade por que entra subitamente e indaga se te amo esnobando teu riso em verso e prosa? Por que me transporta em teu colo, és louca? Há velhice em teu olhar, não crescemos juntos, mas agora me desafias e tentas ficar às despedidas. Tua magia é lenha que o fogo não queima. Choro esse teu clamor, és o último lirismo de minha poesia. Esse mar não é teu, as flores não atendem ao meu chamado. Oh, deixa de dizer que te amo! Que se não me entristeço”