SOLIDÃO
Um vazio no peito
Um silêncio ensurdecedor
Uma eternidade suprema
Uma vontade de fazer algo,
Mas não sei bem o que
Tudo por um motivo
Um desses que não queremos falar,
Nem pensar, mas
Esta nítido
É uma tristeza sem que nem porque
Uma saudade de tudo e de nada
Uma tentativa de fazer o tempo passar,
Buscamos um acalento na cama, mas
O sono não vem, ficamos rolando
De um lado pra o outro
E a tv, o controle sofre, não tem
Programa que agrade
A internet não consigo concluir nenhuma pesquisa
Nada satisfaz, nenhum site é bom o bastante
O telefone esse quando toca,
Não é quem gostaríamos que fosse
E o que resta no fim das contas
É por pra fora a angustia
Aqui mesmo, de forma desordenada,
Linhas a principio desconexas,
Depois vão ganhando sentido
Uma forma, começo a digitar
Sem um formato especifico
E no final, o saldo é positivo
Mesmo que o dia esteja tão vazio,
Ainda bem que a mente não para
Lembro-me do Cazuza “o tempo não para”
E é verdade, mesmo que estejamos
Embrenhado em nossa própria tragédia
O tempo não para, ele corre
De certa forma isso é bom,
Porque quando saímos desta solidão,
Deste silêncio, deste marasmo encontramos
Um mundo novo
Cheio de vida
De novidade,
Parece até que pronto pra nós,
Exatamente quando transcendemos
Os limites da dor,
Da angustia,
Da espera
E passamos
A reagir e viver,
Agora não mais solitários
E sim com a companhia perfeita,
Mesmo que esta seja a natureza,
Que merece ser contemplada sempre
Para nós,
Todos nós que ousamos escrever
Nesta cidade caduca
Uma salva de palmas,
Um brinde,
Se preferir é permitido até um pileque,
Desde que a intenção seja uma só
Fugir da solidão.