ELA, ELE E ALGUÉM
Foi numa tarde de sol depois de um dia intenso. Ela esperava. Ele ao chegar, parou o carro e sorriu pra ela, que respondeu também com um sorriso ao entrar no automóvel. Um beijo estalado e os planos para um jantar rápido, depois de um banho e o sono para o amanhã.
Foi quando surgiu, num repente de terror, apontou uma arma quase do tamanho dele. Meu Deus! Tão pequenino, rosto magro, corpo fino. Quase um menino. A arma falava mais que seus lábios.
Ele pediu calma, ela também. Ele levantou as mãos, ela também. Alguém tremia num nervoso de morte aos gritos de “Sai logo!”; foi quando ele pôs uma das mãos no cinto de segurança; alguém cerrou os olhos; ela encontrou aquele olhar; fez menção de dizer um “não”; não teve o tempo; friamente, alguém atirou; ele atingido, foi tombando lentamente; ela tentou abraça-lo. Sentiu a vida e sentiu a morte enquanto alguém correu sumindo conforme surgiu, sem nada levar a não ser o sonho de duas vidas, de uma família e de um universo.
Uma criança? Não! Não com aquele olhar de morte!
Trata-se de um ser hibrido; que precisa ser lembrado que é humano;
Quem precisa da tal proteção do estado?
Lei?
Qual?
Coitadinho?
Quem?
Ele, ela ou alguém?