OS SAPOS E DEUS

Os sapos e Deus

No hotel havia um festival de sapos. No hotel em que ela estava, de férias. No meio do mato. Lindo. Mas não havia convidado os sapos. Nem eles haviam pago pelo pacote. Mas eles chegaram. Na hora do jantar, até pela manhã. Uns gordos e grandes, outros menores, outros sapos-bebês, como disse a dona do hotel. Não importava. Ela detestava sapos. Era um misto de nojo e aflição. E via quando outros hóspedes seguravam os sapos e os jogavam de volta à grama molhada . Chovia nesse janeiro de verão bizarro. E eles apareciam mais. Amigos brincavam com ela, olha, não se mexa, tem um sapo enorme atrás de voce, quando ela gritava eles riam muito., nossa fique quieta que ela nada para fora, tem um sapo na piscina, pertinho de você, por ai ia a brincadeira. No ultimo dia de sua estadia, sob sol quente avisou a irmã sobre um sapo escuro e grande sobre a grama, está tomando sol, passou longe. Ele tinha olhos vermelho e não se mexia muito. Retornando do almoço o viu novamente e também quando foi para a piscina à tarde. Ousou chegar mais perto, ele está tão parado,seus olhos já não eram mais vermelhos sua pele estava mais enrugada sob o sol, ele estava morrendo. Haveria um paraíso para os sapos? Seu coração ficou muito, muito pequeno ao ver o animal moribundo. Ainda não aprecia sapos. Mas, lhes tem respeito por sua dignidade em serem obra da natureza, de sua suavidade ao serem carregados sem molestar, de virem por vezes ouvir a música do restaurante; obra do Grande Mestre.

Vosmecê
Enviado por Vosmecê em 15/01/2013
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