O COLAR DE PÉROLAS
Olhava-o de encontro à luz. Ficava admirada como brilhavam, com o seu leitoso nácar.
Era uma recordação de sua mãe. Com poucas coisas materiais, lhe sobravam o carinho, amor, conselhos e muitos abraços e beijos.
Sua vida nunca mais foi a mesma depois do seu falecimento, pois era o esteio da casa.
Seu pai, um taciturno homem, sempre de poucas palavras e também de pouco carinho. Não é mau, apenas vive do seu jeito.
Mas sua mãe...sorria quando se lembrava. Com ela tudo era festa. Viviam uma vida apertada, pois o dinheiro era contado. Mas o sorriso estava sempre estampado no rosto. Mesmo cansada da lida no fogão, (de onde saiam os doces e salgados que eram vendidos na barraca), o rosto afogueado, mas sempre tinha uma palavra de amor e esperança nos lábios.
A cozinha, sempre muito limpa, tinha um perfume permanente de baunilha e os outros gostosos temperos que faziam da comida um eterno manjar.
Celina, perdida em seus pensamentos, pensava como faria para continuar o trabalho de sua mãe. Sempre atenta ao trabalho de dona Cíntia, sabia de tudo o que se tratava naquela cozinha. E o principal, aprendeu que tudo devia ser feito com muito amor e que esse é o principal tempero da vida.
Passados os primeiros dias do luto, o Sr. Onofre chamou Celina para conversar a respeito de como ficaria suas vidas agora.
Explicou que retornaria ao seu trabalho no táxi onde trabalhava antes de abrir a barraca de doces e que abririam somente a partir das dezessete horas quando ele em casa chegasse. Assim ela poderia arrumar também um outro emprego, dividindo o tempo com os estudo e a confecção dos doces e salgados.
Passava-se o mês de janeiro e então Celina resolveu que passaria a frequentar um curso diurno e a tarde trabalharia em algum lugar.
Um dia, auxiliando seu pai na barraca, enquanto não aparecia outra ocupação, Celina serviu um lanche a um senhor muito bem educado e sorridente que saiu de um grande prédio ao lado de um onde ficava a barraca de seu pai.
Sr. Roque, dono de uma cadeia de boutiques, gostou muito dos modos educados e da simpatia de Celina, tão diferente dos modos secos e sérios do seu pai.
E assim passou a frequentar mais assiduamente a barraca, onde tudo era muito gostoso.
Numa das visitas, perguntou a Celina se estudava e o que mais fazia. A moça calmamente lhe explicou que estudava pela manhã e a tarde e noite revezava-se entre a confecção dos lanches e a ajuda ao pai, enquanto não conseguia outra oportunidade de trabalho.
O Sr. Roque então, perguntou para a moça se gostaria de trabalhar em uma de suas boutiques, sendo inclusive a que ficava no prédio próximo dali.
Deixando um cartão, pediu que Celina o procurasse sem falta na tarde seguinte.
Assim procedendo, na tarde seguinte Celina dirigiu-se ao prédio conforme o endereço recebido.
Lá chegando, perguntou pelo Sr. Roque e foi levada pela recepcionista ao escritório do mesmo.
Ao ver Celina, Sr. Roque abriu um lindo sorriso e imediatamente colocou para a moça os planos que tinha para ela.
Celina precisaria transferir o seu curso para o horário noturno para facilitar.
Celina achou que estaria sonhando pois era tudo que esperava da vida, mesmo que não conseguisse o curso que estava fazendo poderia passar para outro e depois retornar no próximo semestre.
Quando foi para casa a moça até cantava de felicidade.
No dia seguinte, aprontou-se bem bonita, colocou camufladamente o seu colar no pescoço e tocando as contas, levemente, sorrindo, conversava baixinho com sua mãe, contando as novidades.
Com o passar dos dias, Celina foi melhorando cada dia suas vendas, pois atendia a todos sempre com um sorriso nos lábios e afeição.
Suas colegas só não entendiam o porquê tanto cuidado com um simples colar que para elas não passava de simples bijuteria.
Doce engano.
Estrela Radiante
"imagem do Google"
12/01/2013
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Bom dia, amigos Recantistas
Desejo-lhes o melhor dia de sua vida.
Fiquem com Deus
Abraços carinhosos
Regina Madeira
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Olhava-o de encontro à luz. Ficava admirada como brilhavam, com o seu leitoso nácar.
Era uma recordação de sua mãe. Com poucas coisas materiais, lhe sobravam o carinho, amor, conselhos e muitos abraços e beijos.
Sua vida nunca mais foi a mesma depois do seu falecimento, pois era o esteio da casa.
Seu pai, um taciturno homem, sempre de poucas palavras e também de pouco carinho. Não é mau, apenas vive do seu jeito.
Mas sua mãe...sorria quando se lembrava. Com ela tudo era festa. Viviam uma vida apertada, pois o dinheiro era contado. Mas o sorriso estava sempre estampado no rosto. Mesmo cansada da lida no fogão, (de onde saiam os doces e salgados que eram vendidos na barraca), o rosto afogueado, mas sempre tinha uma palavra de amor e esperança nos lábios.
A cozinha, sempre muito limpa, tinha um perfume permanente de baunilha e os outros gostosos temperos que faziam da comida um eterno manjar.
Celina, perdida em seus pensamentos, pensava como faria para continuar o trabalho de sua mãe. Sempre atenta ao trabalho de dona Cíntia, sabia de tudo o que se tratava naquela cozinha. E o principal, aprendeu que tudo devia ser feito com muito amor e que esse é o principal tempero da vida.
Passados os primeiros dias do luto, o Sr. Onofre chamou Celina para conversar a respeito de como ficaria suas vidas agora.
Explicou que retornaria ao seu trabalho no táxi onde trabalhava antes de abrir a barraca de doces e que abririam somente a partir das dezessete horas quando ele em casa chegasse. Assim ela poderia arrumar também um outro emprego, dividindo o tempo com os estudo e a confecção dos doces e salgados.
Passava-se o mês de janeiro e então Celina resolveu que passaria a frequentar um curso diurno e a tarde trabalharia em algum lugar.
Um dia, auxiliando seu pai na barraca, enquanto não aparecia outra ocupação, Celina serviu um lanche a um senhor muito bem educado e sorridente que saiu de um grande prédio ao lado de um onde ficava a barraca de seu pai.
Sr. Roque, dono de uma cadeia de boutiques, gostou muito dos modos educados e da simpatia de Celina, tão diferente dos modos secos e sérios do seu pai.
E assim passou a frequentar mais assiduamente a barraca, onde tudo era muito gostoso.
Numa das visitas, perguntou a Celina se estudava e o que mais fazia. A moça calmamente lhe explicou que estudava pela manhã e a tarde e noite revezava-se entre a confecção dos lanches e a ajuda ao pai, enquanto não conseguia outra oportunidade de trabalho.
O Sr. Roque então, perguntou para a moça se gostaria de trabalhar em uma de suas boutiques, sendo inclusive a que ficava no prédio próximo dali.
Deixando um cartão, pediu que Celina o procurasse sem falta na tarde seguinte.
Assim procedendo, na tarde seguinte Celina dirigiu-se ao prédio conforme o endereço recebido.
Lá chegando, perguntou pelo Sr. Roque e foi levada pela recepcionista ao escritório do mesmo.
Ao ver Celina, Sr. Roque abriu um lindo sorriso e imediatamente colocou para a moça os planos que tinha para ela.
Celina precisaria transferir o seu curso para o horário noturno para facilitar.
Celina achou que estaria sonhando pois era tudo que esperava da vida, mesmo que não conseguisse o curso que estava fazendo poderia passar para outro e depois retornar no próximo semestre.
Quando foi para casa a moça até cantava de felicidade.
No dia seguinte, aprontou-se bem bonita, colocou camufladamente o seu colar no pescoço e tocando as contas, levemente, sorrindo, conversava baixinho com sua mãe, contando as novidades.
Com o passar dos dias, Celina foi melhorando cada dia suas vendas, pois atendia a todos sempre com um sorriso nos lábios e afeição.
Suas colegas só não entendiam o porquê tanto cuidado com um simples colar que para elas não passava de simples bijuteria.
Doce engano.
Estrela Radiante
"imagem do Google"
12/01/2013
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Bom dia, amigos Recantistas
Desejo-lhes o melhor dia de sua vida.
Fiquem com Deus
Abraços carinhosos
Regina Madeira
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