Podem acreditar: A INVEJA MATA
Era uma noite quente de dezembro, em uma cadeira do imenso salão decorado em branco e preto, estava sentada ereta uma velha senhora.
Longos cabelos louros, bem tratados, adornava um rosto afilado, de nariz adunco, lábios em riste e atrás dos óculos de marca, pequenos olhos perscrutavam ligeiros os pares que dançavam em esfuziante bailado.
Pensava pesarosa em sua história de vida. Lá pelos idos de 1972, a mocinha, era quase bonita, esguia, altiva, de família tradicional da cidade de Flamboyant, pequena cidade ao norte do Paraná, mas, tinha um serio e grave problema comportamental: tinha uma inveja doentia de tudo e de todos. Da beleza das casas, da singeleza das meninas, do colorido das vestes.
De todas as jovens da cidade, ela contava uma história, principalmente das mais bonitas e cobiçadas pelos rapazes. Era uma inveja ferrenha.
Não tinha amigas, era solitária em seu viver. No colégio na hora do lanche, ela dava sempre um jeito de se aproximar de algum grupo e destilava seu veneno, era encruado em suas entranhas. E como uma serpente e de forma mais peçonhenta, dava seu bote.
Tá vendo a Soninha? É uma verdadeira vadia, deita-se com todos os homens da cidade, não presta, não vale um track.
E a Suzana então? É filha da lavadeira, lá da baixada, não tem um gato para pegar pelo rabo, a coitada.
Todas as pessoas da sociedade, cidade pequena, a evitavam, pois sabia que de sua bocarra nada saia de construtivo.
E os anos fora se passando, as garotas de Flamboyant foram namorando, casando e tendo filhos, e ela, a infeliz, sempre tinha uma nova historia para contar.
Aquela ali: deu o golpe do baú, a outra: deu o golpe da barriga. E quanto mais ela sussurrava contra as outras, mais sua aparência se modificava, mais sua boca murchava e seu semblante era de escárnio.
Não namorava todos dela se afastavam, mas, mesmo assim em uma noite, em um dos bailes da cidade, a sociedade de Flamboyant todo reunida, se achegou a um dos rapazes, estava muito embriagado e como só um réptil consegue fazer, o envolveu até conseguir deitar com ele e assim engravidou. Porque todas as garotas da sua idade, já tinham filhos e isso a matava.
Fez da vida do rapaz um verdadeiro inferno, contratou um advogado famoso e respeitado e entrou com uma ação de reconhecimento de paternidade. Foi um escândalo na pequena cidade.
O tal advogado era um homem mais velho, calvo, com a barriga proeminente, baixinho, só que tinha uma particularidade, era casado com uma das mulheres mais belas do local. Dona de casa, de uma beleza ímpar, recatada, e da sociedade. E isso para a criatura era a morte em vida. Deu tanto em cima do tal advogado, fazia sexo de todas as maneiras possíveis e inimagináveis, até que se tornou amante. A esposa, não percebeu que seu marido estava envolvido nas teias da pior caranguejeira e quando se deu conta seu casamento havia acabado. No velório do advogado, ela surgiu toda de preto, e se fazendo de esposa sentida, ela e a esposa verdadeira. Foi um acinte para a sociedade local. Depois continuou plantando discórdia entre as pessoas, falando mal,achincalhando,distorcendo e sempre só muito só.
Quarenta anos depois, aconteceu uma festa de confraternização entre os jovens dos anos 70, e veio gente de todos os lugares do país, era um momento único, de reencontros e saudades plenas. E lá estava ela, com seus longos cabelos louros, longos e bem tratados, uma verdadeira rainha sem trono, a fitar com olhos pesarosos as suas “amigas” de adolescência, todas tão felizes, a dançar pelo salão, umas com seus maridos, outras com seus filhos, algumas com amigos.
Em sua solidão sórdida, seu pensamento voava célere e se perguntava:
O que estas horrorosas fizeram para estarem tão felizes assim?
O que estas coisinhas decadentes têm melhor do que eu?Nasci de família rica,estudei,sou chique, culta.
A inveja tomava conta de seu rosto, fazia fremir o seu corpo esquálido e em um esgar silencioso, caiu... e morreu só...ali...no meio da multidão em festa.
Era uma noite quente de dezembro, em uma cadeira do imenso salão decorado em branco e preto, estava sentada ereta uma velha senhora.
Longos cabelos louros, bem tratados, adornava um rosto afilado, de nariz adunco, lábios em riste e atrás dos óculos de marca, pequenos olhos perscrutavam ligeiros os pares que dançavam em esfuziante bailado.
Pensava pesarosa em sua história de vida. Lá pelos idos de 1972, a mocinha, era quase bonita, esguia, altiva, de família tradicional da cidade de Flamboyant, pequena cidade ao norte do Paraná, mas, tinha um serio e grave problema comportamental: tinha uma inveja doentia de tudo e de todos. Da beleza das casas, da singeleza das meninas, do colorido das vestes.
De todas as jovens da cidade, ela contava uma história, principalmente das mais bonitas e cobiçadas pelos rapazes. Era uma inveja ferrenha.
Não tinha amigas, era solitária em seu viver. No colégio na hora do lanche, ela dava sempre um jeito de se aproximar de algum grupo e destilava seu veneno, era encruado em suas entranhas. E como uma serpente e de forma mais peçonhenta, dava seu bote.
Tá vendo a Soninha? É uma verdadeira vadia, deita-se com todos os homens da cidade, não presta, não vale um track.
E a Suzana então? É filha da lavadeira, lá da baixada, não tem um gato para pegar pelo rabo, a coitada.
Todas as pessoas da sociedade, cidade pequena, a evitavam, pois sabia que de sua bocarra nada saia de construtivo.
E os anos fora se passando, as garotas de Flamboyant foram namorando, casando e tendo filhos, e ela, a infeliz, sempre tinha uma nova historia para contar.
Aquela ali: deu o golpe do baú, a outra: deu o golpe da barriga. E quanto mais ela sussurrava contra as outras, mais sua aparência se modificava, mais sua boca murchava e seu semblante era de escárnio.
Não namorava todos dela se afastavam, mas, mesmo assim em uma noite, em um dos bailes da cidade, a sociedade de Flamboyant todo reunida, se achegou a um dos rapazes, estava muito embriagado e como só um réptil consegue fazer, o envolveu até conseguir deitar com ele e assim engravidou. Porque todas as garotas da sua idade, já tinham filhos e isso a matava.
Fez da vida do rapaz um verdadeiro inferno, contratou um advogado famoso e respeitado e entrou com uma ação de reconhecimento de paternidade. Foi um escândalo na pequena cidade.
O tal advogado era um homem mais velho, calvo, com a barriga proeminente, baixinho, só que tinha uma particularidade, era casado com uma das mulheres mais belas do local. Dona de casa, de uma beleza ímpar, recatada, e da sociedade. E isso para a criatura era a morte em vida. Deu tanto em cima do tal advogado, fazia sexo de todas as maneiras possíveis e inimagináveis, até que se tornou amante. A esposa, não percebeu que seu marido estava envolvido nas teias da pior caranguejeira e quando se deu conta seu casamento havia acabado. No velório do advogado, ela surgiu toda de preto, e se fazendo de esposa sentida, ela e a esposa verdadeira. Foi um acinte para a sociedade local. Depois continuou plantando discórdia entre as pessoas, falando mal,achincalhando,distorcendo e sempre só muito só.
Quarenta anos depois, aconteceu uma festa de confraternização entre os jovens dos anos 70, e veio gente de todos os lugares do país, era um momento único, de reencontros e saudades plenas. E lá estava ela, com seus longos cabelos louros, longos e bem tratados, uma verdadeira rainha sem trono, a fitar com olhos pesarosos as suas “amigas” de adolescência, todas tão felizes, a dançar pelo salão, umas com seus maridos, outras com seus filhos, algumas com amigos.
Em sua solidão sórdida, seu pensamento voava célere e se perguntava:
O que estas horrorosas fizeram para estarem tão felizes assim?
O que estas coisinhas decadentes têm melhor do que eu?Nasci de família rica,estudei,sou chique, culta.
A inveja tomava conta de seu rosto, fazia fremir o seu corpo esquálido e em um esgar silencioso, caiu... e morreu só...ali...no meio da multidão em festa.