OS BOCAS BOAS!!!

Tenho uma colaboradora, amiga antiga da família que há mais de doze anos está vindo a minha casa me ajudar nas tarefas domesticas quando elas estão mais pesadas. Durante todo este tempo fiquei admirada, pois ela tinha restrição em tantos alimentos que para mim são deliciosos, nutritivos e importantes para nossa saúde. Tentei ensinar o valor destes pratos tão importantes. Consegui que ela provasse e gostasse de muitas guloseimas que para mim são deliciosas. E ela sempre diz – Eu aprendi a comer tudo isto com você!

Estou contando este fato para entrar realmente na prosa de hoje. Meu pai e toda sua família e nós os filhos temos fama de “bocas boas”, gostamos de tudo, apreciamos quitutes refinados, restaurantes excelentes, mas não perdemos o gosto por comidas simples que aprendemos a comer e apreciar desde a nossa infância. Talvez seja porque minha avó paterna tinha uma Pensão em frente á Estação de Trem e a comida caseira, farturenta era realmente composta de muitas verduras, legumes, carnes de todas as espécies como galinhas caipiras, caças como pacas, cabrito e as famosas bolas de carne, bucho recheado, fígado de boi e miúdos de galinha.

A mamãe era uma cozinheira de mão cheia, é difícil esquecer nossa mesa de refeição composta de tantos pratos culinários de fazer inveja, ela era muito jeitosa, um simples chuchu fazia a festa, nunca me esqueci de como era verdinho, macio e bem temperado. Confesso que eu sempre admirava a maneira como ela arrumava os alimentos em seu prato, ficava além de apetitoso, lindo! Parecia um enfeite. Creio que todos os filhos já desejaram comer o prato de comida da mãe né?

Já aqui em Goiânia, papai gostava de levar amigos para comer com a gente. Ele tinha um amigo especial, ele era judeu e morava em São Paulo. Quando vinha visitar a cidade, quer a negócio ou a passeio sempre era convidado a jantar em nossa casa. Mamãe caprichava no cardápio. Tanto meu pai como seu amigo era bom de garfo e nós é que aproveitávamos bastante também, era como um dia de festa.

Num destes jantares, já quase na hora da sobremesa a mamãe colocou algo no prato do papai com uma colher grande, então o amigo disse: O QUE PÉRSIO TÁ COMENDO? Estava vigiando e achou que era só para o papai e não queria perder nada. Sabe o que era? A raspa do arroz que ficava no fundo da panela, mais torradinha. Quem é que nunca quis uma raspinha de arroz? Delicia...

Como vários fatos ocorridos em nossa vida familiar, até hoje, somos considerados “bocas boas” e não perdemos a oportunidade de sempre dizer uns para os outros, os irmãos, O QUE PÉRSIO TÁ COMENDO! Quando vemos algo que nos chama a atenção!

São lembranças muito apetitosas!!!

Goiânia, 13 de novembro de 2012. Sônia.

Para meditar:

“É melhor um bocado seco, e com ele a tranquilidade, do que a casa cheia de iguarias e com desavença. Provérbios 17, vrs 1. Bíblia Sagrada.

Sônia Pedroso
Enviado por Sônia Pedroso em 03/01/2013
Código do texto: T4065079
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