O NATAL E ELA

Foi um dia duro de trabalho. Andava agora pela rua vendo as luzes de Natal que piscavam alertas, tão coloridas - levava o panetone, a garrafa de vinho, um doce de abóbora que lhe foi oferecido pela patroa - mais brinquedos, borboletas para se grudar na parede, um palhacinho, um brinco para Marinete já estava ficando mocinha, um reloginho para o Ernesto - atravessou a linha do trem,tomou onibus do outro lado, cheio como sempre. Cansada. Quase no fim da linha, a noite a aguardava , estrelas quase despencavam do céu, a lua se exibia , caminhava pela estrada sozinha. De um lado o rio que a lua tornava claro, do outro a mata com alguns rumores. Ela aperta o terço contra o peito e continua caminhando,pensa nos filhos e netos que vai ver nessa noite santa. Um vulto vem em sua direção,ela estremece, aperta ainda mais o terço contra sí, ele se aproxima, tem o rosto escondido por um manto, ela pede ajuda a Jesus o vulto passa por ela e lhe sorri, seu sorriso resplandece na escuridão, as estrelas sorriem junto, a lua se curva, a mata cantarola baixinho o rio faz uma curva graciosa de reverencia -ele passa por ela e uma felicidade que não se viu antes lhe invade a alma. Ele continua sua caminhada e ela lhe acena . É Natal.

Vosmecê
Enviado por Vosmecê em 28/12/2012
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