O RÉU

O INÍCIO:
Dezembro era o mês, madrugada de uma quinta feira em 2006. Condomínio de luxo em bairro nobre da capital. Em poucos dias seria natal, em todas as mansões do condomínio profusão de luzes e enfeites natalinos ofuscavam o brilho das estrelas. O silêncio era quase palpável, nas áreas comuns apenas seguranças armados, todos os moradores proprietários estavam em suas mansões e dormiam, ou quase todos dormiam...

O estranho silêncio da madrugada foi surpreendido por tiros, vários tiros, um, dois três, oito tiros. Na ampla sala de estar de uma das mansões um corpo ensanguentado no tapete.

A VÍTIMA:
Mulher aparentando noventa e poucos anos, descobriu-se mais tarde verificados documentos que contava 63 anos de idade, a funesta aparência era fruto das incontáveis cirurgias plásticas.

O TEMPO:
Passados seis anos de recursos e mais recursos, chegou o dia em que o criminoso sentaria no banco dos réus. E sentou.

O JULGAMENTO:
Tentarei fazer como o inigualável Odorico Paraguaçu(Paulo Gracindo), evitar os entre tantos e ir direto aos finalmente.

Tendo o advogado do réu alegado inocência do cliente o meritíssimo juiz passou a palavra ao promotor público que convocou a primeira testemunha de acusação. Senhora Jaquelinni Capanella. Feitas todas as perguntas de praxe a testemunha não titubeou ao apontar o réu como o assassino do tapete Persa, assim foi tratado pela imprensa o hediondo crime. O meritíssimo Juiz passou a palavra para o advogado de defesa que para espanto geral não inquiriu a testemunha.

O promotor levou ao banco das testemunhas mais três pessoas, dois homens e uma mulher, e todos apontaram o réu como sendo o assassino do tapete persa. O advogado de defesas não inquiriu nenhuma das testemunhas de acusação. Ouvidas as testemunhas da promotoria o meritíssimo juiz passou a palavra ao advogado do réu para que convocasse suas testemunha de defesa. O Dr:Mulatinho Alcachofras comunicou ao meritíssimo que só levaria ao banco uma única testemunha, o próprio réu. (não ria do nome do advogado ou a senhora lá de Caruaru vai ficar aborrecida com você).

O DR:Mulatinho Alcachofras cuidadosamente levou seu cliente ao banco das testemunhas. Todos os olhares do tribunal voltaram-se para o réu, ali, imóvel, nenhum movimento perceptível. O Dr:Mulatinho Alcachofras parado de pé frente ao seu cliente permaneceu calado por vários minutos, não proferiu uma palavra, e voltou a sentar-se dando então oportunidade para que o promotor público inquirisse o réu.

Não estou conseguindo pular os entre tantos com a mesma habilidade do grande e inigualável Odorico Paraguaçu(Paulo Gracindo) e ir aos finalmente.

O réu foi absolvido de todas as acusações por unanimidade e com a palavra do promotor público de não recorrer da sentença. Ficou absolutamente claro para todo mundo que o acusado pelo crime do tapete persa não era assassino, era apenas...
 
                                                 
(Não existem armas assassinas, existem pessoas assassinas).










PS: Desisti das férias, os hotéis estão lotados, tem muita gente saindo de férias.


 
Yamãnu_1
Enviado por Yamãnu_1 em 26/12/2012
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