Minha Historia de Amor (Final)

Logo resolvemos nos casar, nem ao menos nos conheciamos, mas ainda assim pensavamos que estava na hora.

O primeiro ano foi maravilhoso, viviamos um para o outro, não tinhamos compromisso com nada nem com ninguém, e o tempo passava as mil maravilhas até que...

Cansado da monotonia ele, o tão sonhado príncipe começa a se tornar o sapo.

Passa a sair todas as noites sem explicações, sem ter hora prá voltar, os carinhos e atenções foram se tornando escassos, e as brigas se tornarão constantes, com elas as conseqüências, ciúmes, desconfianças, inseguranças, e violências.

O amor estava esfriando.

Mais um ano passou e cada vez mais nos afastavamos, se antes não nos conheciamos agora éramos completos estranhos, e quase inimigos, como no filme (dormindo com o inimigo).

Nos suportavamos por simples cortesia.

Se tudo pelo que eu passava era humilhação, sofrimentos, e decepção, ninguém sabia, procurava manter a aparência, não demonstrava nem aos mais íntimos amigos.

Meus pais cansaram de chegar altas horas da noite em casa e eu estar sozinha trancada, com medo, mais ainda assim não sabiam ao certo qual o motivo.

Se muitas vezes cheguei ao meu local de trabalho com o rosto inchado, os olhos fundos das noites mal dormidas ninguém sabia o porquê.

Ele vivia como sempre viveu, irresponsavelmente, sozinho ou acompanhado, feliz, nunca precisou de ninguém, e nem se importava com meus sentimentos.

Um dia descobri por que.

Não havia ido trabalhar naquele dia, e estava em casa sozinha como sempre e o telefone tocou, sai a procura dele pela casa, e quando atendi...

Uma voz de mulher, toda melodiosa, toda envolvente saiu do outro lado.

Bom dia meu amor, dormiu bem? Vem prá cá, estou te esperando daquele jeito...

Quase tenho uma parada cardíaca.

Alo, respondi após o susto.

E ela não se deu por rogada, mandou-me chama-lo dizendo ser sua noiva, e achando que eu era alguma empregada.

Não quis perder a pose, avisei que ele não estava, mais que deixaria o recado.

Foi o que fiz...

Ao desligar o telefone, escrevi um bilhete que deixei na mesa, arrumei minhas coisas cuidadosamente, e parti.

Não voltei prá casa de meus pais, não voltei para o trabalho.

Parti para longe, um lugar onde ninguém me conhecesse.

Não dei noticias, queria estar só, curar as feridas, recomeçar.

Quase um ano se passara.

Soube que me procuravam.

Li nos jornais.

Então resolvi voltar.

Tudo estava tão mudado, a cidade, as pessoas...

Não voltei para casa, aluguei um apartamento. Procurei saber das pessoas, o que havia acontecido durante o meu tempo em silêncio.

Descobri que ele havia me procurado feito louco, não dormia, não comia, não tinha mais prazer, entrara em depressão. Descobri que havia quase morrido de desespero, que até precisou ser internado em uma clinica, dado a obsessão em me encontrar. E que a pouco tempo se recuperara mais que ainda perguntava por mim.

Meu coração doía ao ouvir cada palavra, lamentava tanto sofrimento, tanto amor desperdiçado, por imaturidade dos dois.

Percebi também ainda o amava, apenas havia sufocado esse amor, mais que ele ainda estava lá.

Esperei mais alguns dias, precisava ter certeza do que eu queria, não apenas seguir meu coração.

Então me decidi, vou procura-lo.

Aquele dia amanheceu bonito, ensolarado, os pássaros cantavam alegres, as flores abriam-se com vigor, tudo pareceu cheio de vida.

Recebi a noticia de que ele sairia da clinica aquela tarde, então me preparei para estar lá.

Eram seis da tarde... havia estado ansiosa o dia todo para que aquele momento chegasse.

Fazia tanto tempo, quase uma eternidade.

Ele no quarto também se preparava para uma vida nova, não tinha esperanças, nem fazia planos, nem imaginava o que o futuro lhe reservava.

Recebeu a noticia que haviam ido buscar e que o aguardavam na sala de visita.

Pegou suas poucas coisas, olhou ao redor o lugar que fora seu abrigo por algum tempo, despediu-se, e seguiu para sala de visita.

Nem imaginava que ali estava eu, o motivo de tudo.

Ouvi os passos no corredor, meu coração batia feito tambor em noite de festa, minhas mãos suavam, minhas pernas tremiam, como na primeira vez que o vi.

Ele entrou na sala e me viu, estancou na porta, um misto de surpresa, alegria, e dor, passou-se em seu rosto, lagrimas começaram a rolar de seus olhos, eu me aproximei, olhando em seus olhos, também chorava de saudade, de alegria. Passamos um breve momento assim, a nos contemplar.

Até que ele quebrou o silêncio.

senti sua falta. Minha vida, nossa casa, tudo está muito vazia sem você.

Ainda emocionada, mais muito feliz, respondi.

não sofra mais, eu já voltei.

midynigth
Enviado por midynigth em 08/03/2007
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