A Fazedora de Pão - In-contos d'minutos
Jovalina, esposa feliz, decide fazer alguns pãezinhos para agradar ao amado marido. Ausente que estava no trabalho, chegaria, somente à noite, quando, então, lhe seria oferecido os deliciosos pãezinhos.
Repentemente a noite desaba e surge como que teletransportado Josivaldo o feliz marido. Já à porta, a esposa feliz num abraço longo abre, mergulhada nos braços do esposo feliz que retribui-lhe o gesto acompanhado de um sorriso largo e gentil. Ele a ama desde do sempre antes conhecê-la. Era como se fosse a eterna amada reencontrada.
Entrando Josivaldo, a esposa feliz o faz sentar à mesa e oferece-lhe, logo os ditos pãezinhos: ele com amável mesura a agradece e faminto põe o pão à boca numa mordida que se queria gostosa e suculenta, porém a sensação de morder aquele pão foi de , igualmente, como morder concreto. A vontade era tanta que alguns dentes reclamaram partindo-se ao meio, outros no susto da dor amoleceram. Então :
- Mulher, que diabos é isto ???. Você, por acaso, não confundiu fermento com cimento ???. Saiba que com pães como esse eu posso construir uma casa.
A esposa feliz, ridente que sempre, desabou feito casa depoismente de
tremendo abalo, sentindo lágrimas grossas em catadupas dos olhos,
correu para o quarto e com estrondo bateu a porta com uma força que seria capaz de derrubar a casa.
Ironicamente, pensou o esposo:
- Se ela derrubasse a casa, era só mandar fazer mais desses pãezinhos e construiriamos outra. Mas, e agora ???. Vou consolar a esposa feliz-in ou os meus dentinhos num dentista ???. - e completou
ainda o pensamento: Se consolar significa apanhar, voarei de uma corrida só ao dentista.
E saiu voando.