SIMPLESMENTE NATAL
O sentido do Natal foi mudando com o tempo, hoje vemos apenas comercio, e se perguntarmos para alguns o que significa o Natal dirão que é festa e dar presentes somente.
Hoje vejo as crianças quantos presentes ganham, meu filho mesmo no natal ganha quatro ou cinco presentes, depois não sabe com qual brincar, em poucos dias já enjoou e nem brinca mais e já quer outro.
Vamos ao shopping, passeamos pela cidade, comércio aberto a noite, lojas todas decoradas é muito bonito, mas particularmente acho tudo isso muito artificial.
Quando éramos criança era assim, alguns dias antes do natal, minha mãe montava o presépio, coisa simples num canto da sala ela colocava uma mesinha, forrava-a toda com papel e em cima cobria com pó de serra, bem no cantinho da parede ela fazia como uma gruta com papel marrom, mais para cima um arranjo com papel azul representando o céu. Pegava umas pecinhas que ficavam guardadas o ano todo numa caixa de papelão, e as espalhavam da seguinte forma, dentro da gruta ficava o menino Jesus, Maria, José, uma vaquinha e um burrinho, em cima o galo, colados no céu tinha um anjo e uma estrela feita de papel brilhante, em frente ficava os três reis magos e ao redor um camelo, umas três ou quatro ovelhas e um pastor.
Ainda tenho boas lembranças do natal, como era gostoso e tão esperado não só para nós, por todos da fazenda mas ninguém tinha condições como hoje de fazer festas, dar presentes para os filhos.
Lembro-me que em casa quando ia chegando perto do natal, meu pai e minha mãe perguntavam para nós o que queríamos ganhar (lembrando que era apenas um carrinho de plástico ou uma bola para os meninos e uma boneca para as meninas, esta regra valia para todas as famílias). Então a gente falava eu quero um caminhãozinho amarelo, outro um carrinho vermelho, a minha irmã uma boneca que chora e meu pai comprava e escondia-os para por no presépio na noite de natal, que era o costume e diziam que era o menino Jesus que trazia.
Acontecia às vezes de um de nós já perto do dia de natal querer mudar o pedido, como meu pai já havia comprado então dizia, não agora não pode mais mudar que o menino Jesus não deixa, e em nossa inocência acreditávamos e conformávamos com a situação.
Na véspera do natal ninguém ali nem sabia o que era ceia, alguns iam a missa na cidade, meu pai costumava ir, meus irmãos e eu as vezes íamos com ele, minha mãe dificilmente ia não gostava muito de sair de casa.
Depois que já tínhamos ido dormir, antes do meu pai deitar colocava os presentinhos no presépio, de manhã bem cedinho quem acordasse primeiro chamava os outros e saíamos correndo para a sala onde ficava o presépio para pegar os presentes, era muito gostoso.
Logo de manhã a criançada já saía na frente das casas para brincar com seus brinquedos novos e para ver uns dos outros que apenas diferenciam na cor ou modelo mas era sempre aquilo que já disse a pouco.
Não era só os presentes que eram simples, as comemorações também, meu pai comprava um garrafão de vinho, quatro cervejas e seis guaranás que era para o natal e ano novo.
Uma vez uma amiguinha da minha irmã a convidou para almoçar no dia de natal em sua casa, mas disse leva a sua garrafinha de guaraná. A gente bebia refrigerante que chamávamos apenas de guaraná no natal e ano novo ou às vezes na casa de algum parente na cidade.
Durante o ano bebíamos apenas limonada porque limão cravo ou rosa não sei ao certo tinha bastante, sem gelo porque ninguém tinha geladeira.
Meu pai fazia limonada e colocava uma colherinha de bicarbonato de sódio que fervia como refrigerante, bebíamos em caneca feita de lata de massa de tomate.
Na falta de geladeira, minha mãe colocava no quarto onde dormia meu irmão e eu numa bacia grande de alumínio cheia de água e as garrafas de cerveja e guaraná dentro para refrescar.
No dia de natal brincávamos de manhã com os brinquedos novos, na hora do almoço ia cada um para sua casa. Minha mãe e as outras nunca deixavam que fossemos uns na casa dos outros durante o dia, pensavam elas que se alguém tivesse feito alguma comida diferente neste dia, fazia só para os de casa não dava para dividir com outras crianças, pois todos tinham as mesmas dificuldades, então para evitar constrangimento ou que alguém visse algo e ficasse com vontade, era melhor que cada um ficasse na sua casa.
Aí que vinha a parte que nós crianças não gostávamos, depois do almoço dava aquela preguiça e meus pais iam deitar, e nós tínhamos que ficar dentro de casa ou só no quintal, somente a tardinha podíamos sair um pouco para brincar com os outros até a hora do jantar.
Não conhecíamos arvores de natal, ceias, confraternizações, amigo secreto, nem troca de presentes e festas, mas tínhamos paz e uma genuína felicidade. Era simplesmente natal!!
Hoje vejo as crianças quantos presentes ganham, meu filho mesmo no natal ganha quatro ou cinco presentes, depois não sabe com qual brincar, em poucos dias já enjoou e nem brinca mais e já quer outro.
Vamos ao shopping, passeamos pela cidade, comércio aberto a noite, lojas todas decoradas é muito bonito, mas particularmente acho tudo isso muito artificial.
Quando éramos criança era assim, alguns dias antes do natal, minha mãe montava o presépio, coisa simples num canto da sala ela colocava uma mesinha, forrava-a toda com papel e em cima cobria com pó de serra, bem no cantinho da parede ela fazia como uma gruta com papel marrom, mais para cima um arranjo com papel azul representando o céu. Pegava umas pecinhas que ficavam guardadas o ano todo numa caixa de papelão, e as espalhavam da seguinte forma, dentro da gruta ficava o menino Jesus, Maria, José, uma vaquinha e um burrinho, em cima o galo, colados no céu tinha um anjo e uma estrela feita de papel brilhante, em frente ficava os três reis magos e ao redor um camelo, umas três ou quatro ovelhas e um pastor.
Ainda tenho boas lembranças do natal, como era gostoso e tão esperado não só para nós, por todos da fazenda mas ninguém tinha condições como hoje de fazer festas, dar presentes para os filhos.
Lembro-me que em casa quando ia chegando perto do natal, meu pai e minha mãe perguntavam para nós o que queríamos ganhar (lembrando que era apenas um carrinho de plástico ou uma bola para os meninos e uma boneca para as meninas, esta regra valia para todas as famílias). Então a gente falava eu quero um caminhãozinho amarelo, outro um carrinho vermelho, a minha irmã uma boneca que chora e meu pai comprava e escondia-os para por no presépio na noite de natal, que era o costume e diziam que era o menino Jesus que trazia.
Acontecia às vezes de um de nós já perto do dia de natal querer mudar o pedido, como meu pai já havia comprado então dizia, não agora não pode mais mudar que o menino Jesus não deixa, e em nossa inocência acreditávamos e conformávamos com a situação.
Na véspera do natal ninguém ali nem sabia o que era ceia, alguns iam a missa na cidade, meu pai costumava ir, meus irmãos e eu as vezes íamos com ele, minha mãe dificilmente ia não gostava muito de sair de casa.
Depois que já tínhamos ido dormir, antes do meu pai deitar colocava os presentinhos no presépio, de manhã bem cedinho quem acordasse primeiro chamava os outros e saíamos correndo para a sala onde ficava o presépio para pegar os presentes, era muito gostoso.
Logo de manhã a criançada já saía na frente das casas para brincar com seus brinquedos novos e para ver uns dos outros que apenas diferenciam na cor ou modelo mas era sempre aquilo que já disse a pouco.
Não era só os presentes que eram simples, as comemorações também, meu pai comprava um garrafão de vinho, quatro cervejas e seis guaranás que era para o natal e ano novo.
Uma vez uma amiguinha da minha irmã a convidou para almoçar no dia de natal em sua casa, mas disse leva a sua garrafinha de guaraná. A gente bebia refrigerante que chamávamos apenas de guaraná no natal e ano novo ou às vezes na casa de algum parente na cidade.
Durante o ano bebíamos apenas limonada porque limão cravo ou rosa não sei ao certo tinha bastante, sem gelo porque ninguém tinha geladeira.
Meu pai fazia limonada e colocava uma colherinha de bicarbonato de sódio que fervia como refrigerante, bebíamos em caneca feita de lata de massa de tomate.
Na falta de geladeira, minha mãe colocava no quarto onde dormia meu irmão e eu numa bacia grande de alumínio cheia de água e as garrafas de cerveja e guaraná dentro para refrescar.
No dia de natal brincávamos de manhã com os brinquedos novos, na hora do almoço ia cada um para sua casa. Minha mãe e as outras nunca deixavam que fossemos uns na casa dos outros durante o dia, pensavam elas que se alguém tivesse feito alguma comida diferente neste dia, fazia só para os de casa não dava para dividir com outras crianças, pois todos tinham as mesmas dificuldades, então para evitar constrangimento ou que alguém visse algo e ficasse com vontade, era melhor que cada um ficasse na sua casa.
Aí que vinha a parte que nós crianças não gostávamos, depois do almoço dava aquela preguiça e meus pais iam deitar, e nós tínhamos que ficar dentro de casa ou só no quintal, somente a tardinha podíamos sair um pouco para brincar com os outros até a hora do jantar.
Não conhecíamos arvores de natal, ceias, confraternizações, amigo secreto, nem troca de presentes e festas, mas tínhamos paz e uma genuína felicidade. Era simplesmente natal!!