O Mundo Maravilhoso e Mágico da Menina Alice

Junia Marques Rezende

Goiânia / GO

O mundo maravilhoso e mágico da menina Alice

Era uma vez, um lugarzinho no meio do nada...

Na verdade, o lugarzinho onde nossa personagem nasceu encontra-se incrustado no centrooeste... Bem ali, no coração desse país chamado Brasil.

Na época em que nascera, era comum os casais dar origem a famílias numerosas. Várias eram as razões: valores, responsabilidades e outras coisas mais influenciavam esse comportamento. Não havia planejamento familiar como nos dia atuais.

Quanto aos pais de Alice (nome literalmente apropriado para nossa personagem) por serem católicos praticantes sentiam um dever intrínseco com Deus: “Crescei e multiplicai" - disse o Senhor. Então nossa menina tinha mais uma dezena de irmãos que com certeza faziam seus pais sentirem felizes e recompensados.

Alice e seus irmãos cresciam deliciosamente livres, tinham uma infância recheada de fantasias e uma pitada significativa de magia. Graças a sua mãe que lhes ensinavam brincadeiras, músicas e contava belíssimas histórias infantis, inventadas ou não.

Apesar de não pertencerem à classe dos abastados da cidade, os pais e irmãos de Alice, não viviam as misérias geralmente relatadas por casais com muito filhos.

A casa onde viviam tinha portas e janelas de madeira, piso assoalhado, abrigava-os dignamente.

Seu pai era garimpeiro (atividade de exploração de minérios). Trabalhava com vários tipos de quartzo - ametista, citrino, quartzo rosa e outros, principalmente o quartzo puro também conhecido como cristal-de-rocha .

Sua mãe fora professora rural no tempo em que era solteira, depois passou a cuidar dos filhos tarefa que fazia com amor e muito esmero.

O quintal da casa aos olhos das crianças era o pedaço do “ Paraíso” onde Alice e outros irmãos passavam boa parte do dia brincando à sombra das árvores ou trepados em seus galhos deliciando de suas frutas. A menina folgava, brincando com crianças da vizinhança nas ruas de terra que ladeava o adro da igreja próxima a sua casa.

No primeiro ano escolar, aos sete anos (idade permitida para entrar na escola naquela época), adorava sua professora e esta também parecia compartilhar desse sentimento. Certa vez Alice chegou na escola com uma tosse persistente. Dormira mal durante a noite, apesar de todos os cuidados tomados por sua mãe. No dia seguinte dona Ana disse para a filha que não a levaria à escola. O dia havia amanhecido neblinado e uma chuva fina caia desde a noite sob a cidade e contribuía para uma manhã bem fria. Temendo pelo agravamento do estado de saúde da menina, decidiu que a levaria no único posto de saúde que havia na cidade. Casos mais graves que necessitassem de hospital teriam que deslocar para a cidade vizinha distante a pelo menos cem quilômetros.

A menina não queria faltar à aula. Diante dos protestos da filha dona Ana levou-a até a escola. Ficou mais tranquila depois de ouvir da professora que caso a tosse persistisse a menina seria levada imediatamente para casa.

A tosse abrandara um pouco. Como não havia febre, dona Flora, a professora, pediu a uma funcionária que fosse até sua casa que ficava em frente ao grupo escolar e apanhasse o queijo e a rapadura que estava sobre a mesa da cozinha para que a menina comesse e, quem sabe, a tosse cessasse de vez.... pobre professora! Ao dizer isso em voz alta a sala inteirinha começou a tossir e foi “um Deus nos acuda”.

Alice crescera trazendo consigo lindas lembranças.

Lembrava com carinho da primeira cartilha em que aprendera a ler - "Cartilha Sodré".

A primeira leitura... Não estava muito precisa seria "A Pata Nada”, outras como “Osmarina vai à festa. Ela veste seu vestido de chita..” ou "O vaso e da Zazá".

Adorava a hora do recreio, gostava até mesmo daquele leite grosso que era servido como lanche em um copo de plástico duro .

A sala de leitura um de seus lugares prediletos na escola parecia enorme a seus olhos infantis.Tinha grandes vidraças por onde o sol quase sempre atravessava por seus vidros abertos aquecendo os pequeninos que estavam hipnotizados pelas belíssimas gravuras dos livros e viajavam num mundo mágico através de suas primeiras leituras: “O Patinho Feio”... “Os Três patinhos...”, “Os Três Porquinhos...”entre outras mais. No seu “Mundo Mágico” também havia problemas como por exemplo, uma coleguinha que dava uma de durona e gostava de bater nas outras crianças(só vivia de castigo). Quando ela encasquetava para o lado de Alice ela fingia desmaiar e a menina a deixava em paz

.Outras coisas não muito boas aconteceram em sua vida à medida que crescia. No entanto todos sabemos que o mundo não e um mar-de- rosas mas com certeza as lembranças felizes e mágicas arraigadas em seu coração e eternizadas em sua mente, sustentou-a e continuara a sustentá-la., solidificando-a em cada etapa de sua vida.Nem que por vezes vivia o “Complexo de Poliana”, não no sentido de obscurecer a visão ofuscando a realidade , mas no intuito de encontrar alguma positividade em momentos difíceis e assim procurar resolver com equilíbrio os muitos desafios que a vida lhe impunha..É preciso viver o lúdico.

Oxalá Deus que as “viagens” que grande parte de crianças e jovens buscam através das drogas sejam substituídas por viagens através do lúdico como agente motivador diligenciado pelo amor incondicional da família com a ajuda da sociedade e de governantes compromissados com o povo..

Quanto a Alice, convicta de que brincadeiras saudáveis, fantasias e magia podem ajudar as crianças desse mundo atual preto e branco a crescerem saudáveis e confiantes Alice propõem a escrever estórias luminosas... "Era uma vez..."

Recomende esta página

para os amigos

da sua lista

Para comentar ou enviar uma mensagem para o poeta, envie email para:

comentariosc

Júnia Marx
Enviado por Júnia Marx em 10/12/2012
Código do texto: T4028925
Classificação de conteúdo: seguro