PROSA.

PROSA.

Uma hora e quarenta e três minutos e o trem encostou na plataforma da estação Francisco Souza.

Em Francisco Souza embarcou a mulata gorda acompanhada do jovem desfigurado. Coronel Zé Severino foi tirar uma prosa com ela, afinal Francisco Souza era um povoado de suas influencias políticas:

- Não sabe que minha comadre Maria vai de viaje?

- Boas noites seu coronel Severino...Então to levando esse meu minino pra Iramaia...Então que ele tá tendo uma dor, ali nele, por debaixo da costela...Já se fez tudo tipo de chá...Então já se fez todo tipo de benzedura...Melhorou não...Agora ai na Iramaia tem um curandeiro, que diz veio do sertão do Ceará...Então tão dizendo que o curandeiro até faz milagre...

- Não sabe, e ai em Francisco Souza, como anda o povoado?

- Então o seu coronel não sabe... A Madalena botou chifres no marido, coitado do Tibério...Foi com um guarda-freio da Leste...

- Não sabe que Madalena já tá perto dos cinqüenta...

- Então, seu coronel o último fogo é o pior...

- Não sabe, que é verdade... E o resto?

- Então, roubaram um bode e cinco cabritas de seu Inocêncio...

- Será gente daí de Francisco?

- Não sabe... Tão desconfiando de um povo ai de Contendas...

( O Diabo no Trem Baiano- E-livro – RECANTO DAS LETRAS)

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Zésouza
Enviado por Zésouza em 08/12/2012
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