Certa Vez...
Certa vez, sai com o meu grupo teatral para uma apresentação em uma cidade vizinha a nossa...
Os atores estavam muito felizes.
Lembro-me que um deles, queria que todos usassem um cracha com a indicação de que eram atores.
Muitos não concordaram, e nem eu.
Expliquei-lhes que após a apresentação, eles seriam reconhecidos como atores.
E que os bons atores se escondiam para conseguirem andar livremente pelas ruas.
E que não era de bom_tom uma pessoa dizer:_ "Eu sou ", "Eu Faço ", e muitos outros ...
Disse-lhes, que nossas atitudes são notadas a cada instante.
E que ao descerem do palco, eles sentiriam melhor o resultado das suas atuações, ao serem cumprimentados pela platéia.
E assim foi acontecendo em cada cidade por onde passávamos...
Sempre disse também que nunca pedissem a opinião sobre a atuação, pois mesmo que a resposta fosse boa, eles nunca saberiam se era verdadeira... Ou... Poderiam ouvir uma resposta negativa, que os levariam a um travamento.
O grupo teve que parar.
Mas sou ciente de que minhas palavras ficaram gravadas na memória daqueles que souberam ouvir.
E isso, serve para o nosso dia-a-dia !
O que me levou a escrever este texto, foi a atitude de muitos amigos recantistas...
Pessoas de nomes já consagrados como bons poetas, mas que sempre me trataram com muito carinho. Eu não sabia o nível intelectual de ninguém. Bricava com o meu amigo Bridon, Paulo Cesar Coelho, e muitos outros... Como se fossem uma Maria qualquer. Citei os dois, por já conhecê-los pessoalmente. E confesso ter ficado encantada diante da simplicidade que eles conseguem passar.
Maria Lamanna
Rio Preto_MG