O BOTO COR DE ROSA 

Zé Ribamar era do Maranhão e há pouco a pouco mais de um ano havia mudado com a familia para a cidade de Manaus para trabalhar em uma loja de departamentos recem inaugurada. Betânia, sua esposa, logo inventou excursionar ao interior do Estado do Amazonas, tinha estuado na escola as belezas do Rio Amazonas, as vitórias régias, o encontro das águas, as pororocas, gostaria de conhecer tudo por lá. Certo dia quando Zé Ribamar chegou em casa para o almoço, estava Betânia com um recorte de jornal que falava de uma excursão à cidade de Parintins. - Oia Zé! Deve ser bem bonito este festival de Parintins, tem os Boi Bumbá e é uma cidade grande, a segunda do Amazonas. Tú não gostaria de ir? Zé meio infadado com o calor respondeu: - Que parintins que nada mulé, não podemos ficar gastando muito não. Tá pensando o que? Quando tu arranjar um emprego... Logo Betãnia insistiu: - Eu só concordei em vim para aqui porque me prometestes levar para conhecer os lugares daqui, Não vou ficar socada em casa todo o tempo. e depois não deve custar tão caro esta excursão. Zé Ribamar não deu resposta. Após o almoço saiu e foi na agência de turismo que publicara o anúncio. Lá lhe deram todas as informações necessárias, inclusive o preço é claro. Achou muito caro mas tinha que agradar Betânia, gostava muito dela. Logo tomou mais informações de como se poderia chegar a Parintins de uma maneira mais barata. Assim é que resolveu fazer uma surpresa, comprou duas passagens para para Parintins em um barco de linha, muito mais barato e que chegaria do mesmo jeito, sem nenhum conforto é claro. - Neguinha!! Assim se anunciou na chegada. - Comprei as passagens pra gente ir ver o Bumba meu Boi em Parintins, mas foi das baratas, em um barco de linha, agente tem que dormir nas redes, eu não tenho problema, tu tens? - Tenho não meu amor, eu quero é ir. Eu sabia que você ia satisfazer este meu desejo. - Vamos sair depois de amanhã a noitinha. Revelou Zé Ribamar. Dia da viagem, malas prontas, sairam alegres e felizes, Betânia era uma moreninha rechunchuda, coxas grossas, seios salientes, botou um vestido novo bem curtinho e um decote muito sensual. - Como é que tu veste uma roupa destas Nega, com tanta gente lá. Criticou o Zé. - Liga não amor, é por causa do calor, nunca ví tanto calor em minha vida, como nesta Manaus. Pegaram a barquinha no cais do mercado e logo se apossaram de duas redes, daquelas que ficam entrelaçadas no convés do barco, uma por cima das outras e que no fim, ninguém sabe quem é quem. A viajem começou bem agradável e quando cansaram de apreciar o Rio Amazonas tomaram assento em suas redes. A fresca da noite logo fez com que todos pegassem no sono. Betânia pensou, bem que Zé podia vir dormir comigo, dá até pra fazer amor nesta escuridão toda. Mal acabou de pensar sentiu que um corpo compartilhara sua rede, ficou contente, era o Zé. Logo de espada empunhada o compartilhante afastou a calcinha de Betânia e CRÉU. Lá se foi. Mas logo Betânia achou estranho! Aquele cheiro não era do Zé. Nossa Senhora, era outro homem! Atordoada então gritou: - Zé!!! Cê tá me usando? No que Zé respondeu. - Não. Te usando o que mulé. - Então tão. Gritou Betânia, enquanto o intruso saia em disparada pela escuridão. Logo as luzes do barco foram acesas e a multidão jurava que jamais acontecera isto nessas viagens. O comandante ficou deveras surpreso e até ventilou a possibilidade de haver sido o BOTO COR DE ROSA,
Luís Jorge Vidal
Enviado por Luís Jorge Vidal em 30/11/2012
Reeditado em 30/11/2012
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