Mistério
Aquele rapaz não se lembrava de nada. Sabia apenas que, naquele momento, estava deitado em uma cama limpa e desconfortável de um hospital.
Refletiu por um instante e achou tudo muito bom, uma vez que estava vivo. Refletiu outra vez mais e achou tudo muito estranho. O que ele tinha para estar deitado numa cama de hospital? No instante seguinte sentiu a cabeça doer. Meu Deus, o que será que me aconteceu? Será que foi um acidente do tipo uma queda de uma escada, de uma árvore, ou, de um cavalo?
Suas reflexões foram interrompidas pela entrada de alguns rostos familiares. Com certeza, era sua mãe, seus amigos e, talvez, seus avós. Realmente, não se lembrava de nada. Acontece, porém, que no barulho daquele momento adentra uma bela moça. Sem dúvida, a mais bela que ele já viu....
De repente, tudo se tornou claro, claro demais. Ficou tão claro que ele resolveu esconder o rosto e o resto do corpo debaixo do lençol. Entre as gargalhadas dos amigos e parentes e sob o olhar de piedade da moça ele recordou que em algum momento pela manhã havia seguido, com o olhar, uma atraente mulher que passeava pelo canteiro central.
De repente...brum! Crash! Au!... Lembrou-se com certa vergonha. O problema foi o maldito poste que se interpôs entre ele, a bicicleta que ele pedalava e aquela beleza do outro lado da rua.