Brincadeira de Criança
Um, dois, três, quatro... – começou a conta Alfredo de frente para a parede com as mãos nos olhos. Correr. Foi o primeiro impulso que eu e os outros garotos tivemos. A maioria deles como eu, estava sujo, as roupas cheias de terra, algumas até rasgadas e descalços. Há como vivíamos felizes assim! Mas essa felicidade só durava até a mãe de algum de nós nos chamarem para dentro de casa para nos limpar alegando que já estar quase na hora do jantar.
Corríamos rua abaixo freneticamente com o objetivo de nós escondermos quando se achava um bom esconderijo era briga na certa para ver com quem ele ficava. Um sempre saia chorando e “enredava” para a mãe o que havia acontecido que com um puxão de orelha ou um cascudo mandava o menino ir fazer o dever de casa que já estava tarde.
Era sempre um suspense o garoto terminava de contar e ia procurar os outros, todo o empurra-empurra e os cochichos cessavam e todos ficavam no Maximo de silencio para não serem encontrados, mas sempre que era encontrado falava besteira dando pistas de onde os outros estavam e em uma tentativa inútil de fazê-lo calar a boca acabavam sendo descobertos de seus esconderijos e a briga recomeçava. Dessa vez só discussão nada de socos.
Ao final da brincadeira o vencedor era tratado como o tal tendo vencido toda a resistência e se mantido firme em toda brincadeira mesmo quando tudo o que ele queria era mesmo esta no meio da briga. Essa era a recompensa maior que ele estava disposto a pagar voltando para a casa como um vitorioso em mais um dia de brincadeira de criança.