Busca Desenfreada
Quem convive comigo nessa fase já percebeu que a prioridade máxima que tenho impressa é a de viver sem pormenorização, obviamente observando a ética e os principios sob os quais fui educada. E o mais interessante é que pude confirmar isso no momento em que uma pessoa que ocupa um espaço especial em mim partilhou um texto de Arnaldo Jabour dizendo que achou-o muito parecido comigo. Fiz leitura e releituras e senti-me como que a frente de um espelho enxergando a minha pessoa refletida com todas as suas vontades, incertezas, sonhos e fantasias.
Constatei que o tempo, do qual sempre fui amante, hoje está ainda mais urgente. Vejo a todo momento as pessoas tentando ser o que não são. Buscado ter o que não é seu, o grau de futilidade a que se escraviza é assustador. Expõem a venda em vitrines ainda que virtuais, sonhos que jamais podem ser pagos. Mulheres querendo ser perfeitas em corpos esculturais esquecendo-se que a essência feminina é o que única e puramente poderá fazê-la bela. Ganhar admiração do companheiro/ marido/ namorado/amante ou ainda o"affair" hoje tem exigido um esforço gigantesco. Como se um negócio esteja feito e quem dá mais, quem arriscar mais poderá lucrar. Mas que lucro é o que se busca nesse "negócio" senão um retorno expontâneo, sentido, emocionado, experimentado, vivenciado. O amanhã só existirá se um hoje puder ser bem vivido.
A rapidez com que tem chegado as informações disponibilizadas em tantos meios , parecem ter confundido as relações, relações de amizade estão menos duradouras, a ponto de comemorarmos quando essa alcnaça uma década. Posso dizer que estou fora dos padrões então, pois tenho amizades que já ultrapassarm bodas de prata. O mercado das amizades e do "ficar" duram um minuto ou quase nada. O que se quer é número, quantidade disputada e conquistada.
Lamentável, pois no fim de um programa voltam pra casa frustrados e evitam fazer uma avaliação pra não enfrentar as perdas, afinal nada foi ganhado. Gastou-se energia, conversas, devaneios, sonhos lançados ao vento e permanecem só.
Nem mesmo os melhores psiscólogos tem respostas para o problema instalado, mas é bem simples, o que falta nas pessoas é procurar sua essência, quem sou eu, que é você, o que eu quero, o que me agrada, o que me alimenta enquanto mulher, homem. Olhar pra dentro de si e colocar um limite no querer, de modo que não cheguemos a um ponto em que nada, nem ninguém seja visto como passível de um agrado, de um afago, de uma real emoção, envolvimento.
Não busquemos ser felizes plenamente, busquemos ter momentos de felicidade, de cumplicidade, de entrega, de troca. O todo é sempre formado por partes. E que não nos preocupemos em fazer papel ridículo perante os outros evitando assim que infelicidade pessoal se instale.
Quero sim ser simplesmente esta de agora: EU!