Como se tornar uma mulher inesquecível
Numa roda de conversa de mulheres fala-se de quase tudo. Coisas muito sérias, amenidades, futilidades... Tudo é motivo para uma boa prosa. Embora naquela o assunto não fosse violência, comentou-se sobre as atitudes grosseiras de uma pessoa do convívio do grupo, do seu jeito agressivo de ser, defendendo todas uma postura mais cordata, mais educada diante da vida e de como tudo aquilo era desagradável.
Falava-se principalmente de educação, de gentileza no trato com as pessoas. De como isso era importante e, lembrou-se de pessoas inesquecíveis no falar e nas atitudes diante da vida.
Algo mudou o rumo da prosa para um tipo de violência entranhada no seio das famílias: a violência simbólica ou explícita contra a mulher, chaga aberta em nossa sociedade.
A violência contra a mulher é mais que tudo um instrumento de dominação. São comuns os relatos de mulheres sobre o temor que nutrem por seus parceiros. Que não fazem isso ou aquilo porque sucumbem as ameaças de maus tratos e a violência declarada nas atitudes dos maridos, noivos e até namorados.
Uma delas ponderou:
- Devemos ser educadas sim, delicadas sim, mas tudo tem limite. Às vezes precisamos engrossar também, levantar a voz para garantir que nos respeitem...
E continuou, diante do silêncio das demais:
- Meu ex-marido, já oficialmente ex, teve a desfaçatez de me dá um tapa na cara na sala da casa do meu pai... Não reclamei, simplesmente peguei uma corrente que prendia a rede da varanda e arrebentei a cabeça dele. Depois, soube por minha irmã que o levou sangrando ao HPS que coincidentemente levou o mesmo número de pontos que eu quando tive nosso primeiro filho. A minha cicatriz não aparece, mas a dele vai até o queixo... Ele me bateu mas a cada vez que se olha no espelho lembra de mim...
Todas naquela roda também sabiam que, pelo mesmo motivo, aquele homem também se tornara inesquecível...
Uma cicatriz na alma jamais se esquece.
Eu sei como pisar
No coração de uma mulher
Já fui mulher eu sei
Já fui mulher eu sei
Chico César
Numa roda de conversa de mulheres fala-se de quase tudo. Coisas muito sérias, amenidades, futilidades... Tudo é motivo para uma boa prosa. Embora naquela o assunto não fosse violência, comentou-se sobre as atitudes grosseiras de uma pessoa do convívio do grupo, do seu jeito agressivo de ser, defendendo todas uma postura mais cordata, mais educada diante da vida e de como tudo aquilo era desagradável.
Falava-se principalmente de educação, de gentileza no trato com as pessoas. De como isso era importante e, lembrou-se de pessoas inesquecíveis no falar e nas atitudes diante da vida.
Algo mudou o rumo da prosa para um tipo de violência entranhada no seio das famílias: a violência simbólica ou explícita contra a mulher, chaga aberta em nossa sociedade.
A violência contra a mulher é mais que tudo um instrumento de dominação. São comuns os relatos de mulheres sobre o temor que nutrem por seus parceiros. Que não fazem isso ou aquilo porque sucumbem as ameaças de maus tratos e a violência declarada nas atitudes dos maridos, noivos e até namorados.
Uma delas ponderou:
- Devemos ser educadas sim, delicadas sim, mas tudo tem limite. Às vezes precisamos engrossar também, levantar a voz para garantir que nos respeitem...
E continuou, diante do silêncio das demais:
- Meu ex-marido, já oficialmente ex, teve a desfaçatez de me dá um tapa na cara na sala da casa do meu pai... Não reclamei, simplesmente peguei uma corrente que prendia a rede da varanda e arrebentei a cabeça dele. Depois, soube por minha irmã que o levou sangrando ao HPS que coincidentemente levou o mesmo número de pontos que eu quando tive nosso primeiro filho. A minha cicatriz não aparece, mas a dele vai até o queixo... Ele me bateu mas a cada vez que se olha no espelho lembra de mim...
Todas naquela roda também sabiam que, pelo mesmo motivo, aquele homem também se tornara inesquecível...
Uma cicatriz na alma jamais se esquece.