Josefino: a história contada por um "louco" - In contos do dia e da noite
Eis, manhamente, Joséfino, ainda a dormir, embalado pelos mais belos sonhos que um homem pode ter : lindas mulheres, delas muitas, de todas as cores e variedades; acariciavam-no, beijavam-no, amavam-no, uma pós outra.
Aquele risinho de uma felicidade plena de gozo espiritual, fê-lo acordar.
Aborreceu-se. Quem foi o indiota que sorriu ???. Por que não o deixou lá no mundo do sem fim, feito só de mulheres ??. Olhou para a esposa a verificar se o sorriso partira dalí. Não, não partiu. Ela dormia como uma Bela Adormecida, é claro, que sem o Bela. Joséfino, então se dá conta que aquele risinho maroto partira dele mesmo. É, ele mesmo o acordara com o próprio risinho. Droga!!
O que fez Joséfino assim que acordou ??. Já ouço vocês dizerem :
- Abriu os olhos!!.. Realmente, agoramente. no ato da escrita, digo-
lhes : " - Vocês estão falando isso e, rindo da desgraça alheia, pois
você, oh, Homem, também não gostaria de sair deste sonho maravilho-
so. Ficariam frustrados, também ".
Joséfino, no entanto, apenas abriu os olhos ( viu como vocês são espertos ?? ), espreguiçou-se, bocejou - inspirando e expirando - no exato momento em que por ali passava um distraído pernilongo, sossegadamente, nos instantes finais de bater o cartão e ir embora, quando, simplesmente, é atingido por aquela nuvem tóxica, o bocejo de Joséfino, e cai letalmente morto. Joséfino pensa lá consigo mesmo que tem super-poderes; é um herói anônimo.
Levanta-se, porém, e ao levantar-se a pele arrepia-se toda, fazendo o próprio cérebro acompanhar-lhe o gesto. O pensamento calou-se em contato com a corrente fria de ar, congelando-se imediatamente.
Olhou para a cama; viu o pernilongo morto lá nas convidativas cobertas; um pensamento louco e meio anestesiado lhe tomou a razão,
e pensou meio que de riso moribundo dar ao falecido um funeral decente. Riu de si para si mesmo. Indiota.
A ideia congelada no ar de voltar para a cama colidiu com o olhar fulminante da mulher, parecendo dizer :
- Se voltar aqui, cabra, você morre. Com todo o seu poder ( inclusive com acento agudo no e ) Joséfino achou por bem banhar-se. Atitude temerária áquela hora da manhã com aquele frio, também, de matar.
Joséfino era um trabalhador braçal, pedreiro de toda a vida; magérri-
mo, mas dotado, digamos, de uma " esqueletura " óssea, forte, resis-
tente. Joséfino, quando de perfil, parecia um fio de 1.80 metros de altura preso a terra. De longemente, a mente de quem via aquilo come-
çava a suar buscando uma explicação plausível para aquilo. Seria
um poste ultra fino ??. Mas só de 1.80 metros ??. Para quê ??. Seria
um ponto moderníssimo de ônibus ??.
Nada !!. Mentes bobas. Somente ao aproximar-se, quando Joséfino virava-se de frente, é, que, então, o cérebro decodificava o visto e as
reações eram várias, pois tal fato acontecendo assim de pertíssimo próximo, assusta mais aos desavisados.
Alguns dão um gritinho e saltam para trás caindo sentado, se gordo quica ad eternun, até que uma alma caridosa o prenda ao chão. Se,
magro, a reação é a mesma, só que não quica e, não tendo amortecedores naturais pode até quebrar a bacia e ficar paraplégico,
se, contudo, bater a cabeça, também, tetraplégico. Se, mulher, esta, então, gorda ou magra, parte para cima do nosso pobre coitado Joséfino, à bolsada, à tamancada, às bofetadas, ou com o que tiver nas mãos ou pés.
Joséfino tinha super-poderes mesmo, além da nuvem tóxica, podia desviar-se dos pingos de chuva em dia de chuva, é claro.A magritude
dele era um ponto positivo, portanto.
Joséfino frente ao olhar fulminante da mulher decide que a atitude mais sábia a tomar ( ele, além, dos super-poderes era, também, inteligentíssimo a mais não caber ), simplesmente, era ir ao banho. Eu
sei que o hábito, a religião, cor, credo, raça, ou sei lá mais o quê,
impede que muita gente não tome banho de manhã; só tomará banho à
noite quando chegar ( não completo aqui " do trabalho " , porque não sei se você que me lê trabalha. Se trabalha, por acaso, você não tem por aí, quem sabe, na sua carteira uma nota de 5 mil reais para me
emprestar a mim ??. Sabe como é, né ??. Vacas-magras !!).
Eis que nos finalmentes, Joséfino entra no chuveiro - lugarzinho aper-
tado, né ?? -, quero dizer, no banheiro; lava o rosto e mãos na pia;
senta-se no trono e faz...Dirige-se para debaixo de chuveiro para completar o banho que começou na pia : só lhe faltava banhar o resto
do corpo, tirante as mãos e os rostos...,desculpe, o rosto.
Que dilema !!!. Teria que lavar-se de novo, mãos e rostos.
Lembrem-se, manhã fria de congelar o pensamento e Joséfino abriu, ligou - escolha você o verbo correto - e esperou a água quente cair do chuveiro. Ah !!. Delícia. Banhozinho gostoso !!. Ensaboou-se,
esfregou-se, evitando aquela região sensível, pois o esfregar-esfregar
alí poderia transfomar-se em outra coisa; até cantarolou, debaixo do
chuveiro, a música do Roberto Carlos : " Ilegal, Imoral ou Engorda ",
cujo refrão é mais ou menos assim : " - Que culpa tenho eu, me diz amigo meu, se tudo que eu gosto é ilegal, imoral ou engorda ??".
Estava ele nesta alegria ensaboada toda, quando acaba a energia e
com ela o chuveiro esfria e, não bastando isso, acabou, seguintemente,
a água. Ouve-se um rugido estrondoso acompanhado de um grito parafraseando um palavrão-Palavrão.
E, agora, Joséfino, que fazer ??. Por que não usaste teu poder para
desviar-se dos pingos do chuveiro, assim como tu fazes em dias de chuva ??.
Resposta : - Bobão, a intenção era tomar banho e não evitá-lo. Seu
quadrupi, completa ele tomando a ousadia de ofender-me.
- Burrooo !!!". Tô de mal do joséfino, e arremato:
- Gonorante !!!. Vem aqui se você for homem. Dou-lhe um sapeca que vai fazer você perder o rumo de casa ".
Fiquei nervoso.
- Desgraçado, estava aqui só contando a história dele. Mas se eu pego ele...