Januário - In-contos

Chegada que fora as festas de fim de ano, Januário decidiu convidar os amigos para uma celebração em que se comemoraria e bebemoraria o sucesso que ele, Januário obtivera na venda de uma mansão em bairro nobre de São Paulo. A parte que coube a ele, relativa à venda do imóvel, foi além das expectativas e, por isso, o motivo do convite. Ele, Januário - O Próspero - , pagaria a conta de todos os seus convidados ( mais ou menso 10 amigos, apenas, os mais chegados ).

Assim, final de expediente, Januário e seus amigos se dirigiram a um barzinho típico de fama muita. Juntaram mesas e sentaram-se e, todos, alegres foram fazendo os seus pedidos : bebidas, comes à vontade, acrescentado-se, mais ainda, os pedidos especiais de misturas etílicas feitas na hora, cujo copo seria enfeitado ao gosto do freguês: com chapéuzinho , ou não; com rodelas de limão ou não; com rodelas de lima ou não; assados porções.

Enfim, eles aproveitaram como "sultões das arábias " ; faltou apenas-

mente, mulheres, mas havia músicas e, todos, já embalados. Conversas

a atropelarem-se colidindo de um canto a outro da mesa; não perceberam, quando Januário disse que ia ao banheiro.

E todos se divertiam alegremente; a mesa encheu-se de garrafas e copos; de pratos e talheres; de todo o tipo de petisco, somando a isso já a sobremesa que alguns comiam com misturas de vodkas e outras

coisas que tais.

Repentemente, no agora, aquele ser ao lado pronunciando ininteligíveis

palavras que demoravam para chegar ao cérebro, levando de segundo a horas para decodificá-las. Entenderam, então, ser aquele o garçom

mostrando o montante da conta.

Todos olharam entre si. Hesitaram, vacilaram, por ser o valor muito alto tal qual eles estavam. Neste instante de hesitação alguém lembrou:

- E o Januário ???. Cadê ele ???.

Um engraçadinho, copo na mão, língua degringolada num falar arrastado, lento e mole, pegajoso por demais, respondeu :

- Januário só o ano que vem, antes de Fevereiro, Março, Abril, Maio...- e continuaria ele se não fosse interrompido :

- O Januário, sua besta !!!. O que nos convidou a bebemorar a ven-

da da mansão.

- Ah !!!. Cadê ele ???

Januário não estava em canto nenhum.O garçom ameaçou chamar a polícia. Não tiveram alternativa : pagar ou ver o sol nascer quadrado.

Pagaram.

Januário não foi visto mais. O que veio no após seguinte foi o mês de

Janeiro, mas Januário não.

gerson chechi
Enviado por gerson chechi em 27/10/2012
Reeditado em 08/11/2012
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