PROPOSTA REPENTINA
Aconteceu no campus de uma faculdade particular do Rio de Janeiro:
- Oi.
- Oi, tudo bem?
- Tudo. Bom te ver, queria mesmo falar com você em particular.
- Algum problema?
- Sim e não...
- Como assim, sim e não?
- Bem, há quanto tempo nos conhecemos?
- Bem, desde que começamos o curso... Uns dois anos...
- Isso, exatamente há dois anos e três meses.
- Sim...?
- Há muito venho observando seu jeito, sua forma de tratar as pessoas e sua maneira saudável de viver a vida.
- Obrigado. Posso te ajudar em alguma coisa?
- Vou chegar lá... Sei que você é noivo, que ama sua prometida, mas tenho um sonho gostaria de contar com a sua ajuda para realizá-lo.
- Sonho? Eu ajudar você? Por favor...
- Calma! Vou concluir! Não sei se você sabe, mas meu pai é um político influente e por causa dele estou neste saco de faculdade.
- Sinceramente não, eu não conheço nada sobre a sua vida.
- Bem, mas eu sei sobre a sua e tenho uma proposta pra te fazer?
- Proposta?
- Quero ter um filho, já que é a única maneira de pôr a mão numa grana que minha vó deixou. Assim o papo é: Preciso que você seja o pai do meu filho.
- Pai do seu filho?
- Sim, pode deixar que não vou atrapalhar a sua vida. Você faz e depois volta para os braços de sua noiva.
- (Engoliu um seco)
- O que foi cara? Deixa de ser babaca!
- Babaca?
- É, babaca!
- Você acha mesmo que ter um filho, uma criança é assim, sem sentimento, só com interesse?
- Bem, o que eu acho é problema meu... Já que só preciso do seu sêmen...
- Meu sêmen? Por favor, você sabe o que significa a palavra dignidade?
Não esperou a resposta, levantou-se do banco e se foi. Nunca mais olhou pra ela.