A garota do sonho
Aeroporto paulista, desembarque com jovens amigos da época do colégio. Esperávamos, em fila indiana, a devolução dos passaportes. Num momento de desatenção, a fila andou e fiquei para trás. Ao retornar para o grupo, vi que três caras e uma garota cochichavam a cada vez que olhavam para mim.
A garota foi para trás deles, à minha frente, com um leve sorriso no canto da boca. Não a conhecia, muito menos os caras que a acompanhavam, mas aquele olhar dizia que já tinha tido “reza”.
Demorei para aproximar-me e voltou pro lugar inicial, com beicinho, sendo motivo de riso dos acompanhantes. Vi que tinha de agir, afinal, ela me conhecia, e pelo visto muito bem, além de ser simplesmente linda: alta, corpo violão, cachinhos de ouro e olhos azuis, tão azuis que lembrava o céu do Pecém.
Dei um passo à frente e disse, “Peraí, vem cá…” e foi o bastante para pular em meus braços e beijar-me. O beijo era quente, muito caliente – e os corpos logo se tocaram, levando a libido à mil!
Não pensei duas vezes: levei para “rezar” num canto do saguão e beijei-a com mais desejo. A saia foi subindo e acariciei-a por dentro. Ela me abraçava cada vez com mais força, como se pedisse que fosse tão bom quanto outrora.
O telefone tocou – acordei. Droga, eram cinco e meia da manhã do Domingo! O toque acordou a casa inteira. Não tive nem tempo de perguntar o nome dela. Não a conheço, nunca a vi. Não sei o que aconteceu antes do aeroporto, mas o que vivi no saguão foi algo cheio de volúpia.
A garota do sonho, linda e sedenta, é uma mulher que queria encontrar dentro e fora de quatro paredes.
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Escrito em 02/07/2006 # 06:53