DRAMA
Morena esperou em silencio o tempo passar meio que escondida numa marquise próxima ao local indicado; até que reconheceu o rosto moreno, marcado pelo tempo, sorrindo ao lado de uma mulher que também conhecia. Viu os beijos, os abraços e os sorrisos. Viu também o afago nos cabelos dela e baixou a cabeça. Olhou para o chão. Sentiu-se mal. “Que bom. Ele precisa continuar a vida” pensou. Saiu sem ser notada. Acenou para um táxi. Ao entrar no veículo, teve um acesso de tosse: “Está se sentindo bem senhora?” perguntou o motorista; Morena respondeu que sim com um aceno. Limpou o suor do rosto, e falou com muita dificuldade: “Por favor, tenho um tratamento daqui a pouco e não posso me atrasar” Não precisou dizer mais nada depois que tirou um lenço e o boné, mostrando a cabeça careca, resultado do tal tratamento.