ENTRE ALMAS

- Quem é você?

- Não sei bem ainda...

- Por que você veio?

- Não sei bem. Por um ato de amor?

- Que amor! Foi um momento, só isso!

- É que, deveria ser um ato de amor.

- Mas não foi...

- E por que não?

- Ah! Sei lá, foi só uma transa...

- Só uma transa?

- É, e agora você esta aqui, atrapalhando minha vida.

- Atrapalhando? Mas eu não deveria ser motivo de alegria?

- Alegria? Nem pensar, imagina... Gorda, peitos cheios, sem dormir, parar de sair pra balada...

- Desculpe-me, não pensei causar tantos problemas...

- Por isso vou te matar.

- Como assim, me matar?

- Vou te extirpar da minha vida.

- Por quê?

- Porque não te quero!

- Mas, eu não fiz nada...

- Problema é seu.

- Mas, não pedi para existir.

- Mas existe, até daqui a pouco.

- Antes, por favor, me responda...

- Fale.

- Se não me queria, por que me deixou vir?

- Por descuido, mas o corpo é meu e eu decido.

- Sobre seu corpo e minha vida?

- Vida?

- Sim, eu sou uma vida.

- Mas, eu não posso...

- Você não deve!

- Não te quero!

- Eu não tenho escolha.

- Não te amo!

- Eu te amo!

Nota do autor: Um diálogo que acontece todas as vezes que situações assim acontecem. A única coisa que fiz foi colocar palavras.

Temos mesmo este direito?