SAGA - A SAUDADE, O MEDO E OS SONHOS - CAPÍTULO VI
E eis que tenho saudade do olhar de esperança de meus pais quando nos mostraram uma nova vida, usina que apitava forte nas manhãs tão esperançosas, canaviais tão, tão verdes, nossa casa tão bonita, fogão à lenha e doce de goiaba feito no tacho, um coelho maluco no galinheiro, as tardes molengas pra se ler, querido amigo que tocava violão, os vestidos tão armados, professores tão queridos, quase pais, carnavais para se brincar com serpentinas e confetes, baianas e colombinas, havaianas e piratas, os bons livros que o pai comprava, o bom sorriso de minha mãe e suas rezas, quão moços eram, quão moços!
Eis que tenho medo da minha mão esquerda, em ser canhota,que atrapalhou alguns sonhos e o bordado ficou tão feio , tão encardido pela ansiedade, pela pouca compaixão!
segue - capítulo VII