Eduardo no Restaurante - In-contos

Sentados à mesa, Regina, lindíssima em um belo vestido de noite e Eduardo de camiseta, calça jeans e sandália. A princípio houve um pequeno tumulto na entrada do restaurante ( não queriam deixar Eduardo entrar porque não estava trajado adequadamente), mas Regina molhou as mãos de todos quanto precisou e, ali, estava Eduardo, meio ressabiado, ao pensar que fora ofendido,quando o chamaram de trajado. Ainda remoía em pensamentos :

- Trajado é a mãe.

Regina pegou do cardápio e pediu para si lagosta, ostra acompanhadas de um belo vinho e deixou ao gosto de Eduardo pedir seu próprio prato. Sem esperar,faminto que estava, lascou o pedido:

- Arroz, feijão, bife magro, bem passado e salada, muita salada.

Ao que observou o garçom :

- Senhor, este é um restaurante especializado em frutos do mar. Só

frutos do mar.

- Como ???. Desde quando no mar tem bananas, maçãs, laranjas ou

qualquer outro fruto ??? - indignou-se Eduardo.

- Não, meu Senhor, os frutos do mar são...

- Não quero saber. Traga o que pedi e pronto.

- Infelizmente, Senhor, não temos o que pede.

- Mas como ???. Isto não é um restaurante ???.

- É, meu Senhor, mas restaurante de frutos do mar.

- Você disse, mas eu disse, também : não há frutos nos mares.

- Senhor, vejo que está confuso...

- Confu...O quê ???. Não me ofende não, heeein ???.

- Posso sugerir um prato ???.

- Tá. Pode, mas estou morrendo de fome.

- Um belo prato de caranguejo . Especialidade da casa.

Eduardo ficou curioso. Carangueijo ???. Na dúvida, Eduardo consentiu :

- Que seja.

Regina, ao lado, assistia toda a cena, contendo o riso que ficava bailando nos lábios. Realmente, Eduardo era uma figura.

Chegou a sugestão do garçom.

- Que bicho é este ???. Está vivo ??? E este monte de pernas

com pontas de alicates ???. Pra quê é isso ??? . Quem é que vai jantar aqui : eu ou ele ???.

A gargalhada foi geral. Regina, que até o momento controlara-se, dei-

xou escapar uma sonora gargalhada.

Eduardo não entendendo nada, perdeu as estribeiras :

- Vão para o Diabo que os carregue. Vou, é, no botequinho comer um

pão com mortandela.

gerson chechi
Enviado por gerson chechi em 10/10/2012
Reeditado em 08/11/2012
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