ALERGIAS MORTAIS – da Série Contos que eu conto
Sempre gostei muito de mariscos, desde peixes até crustáceos e deliciava-me dessa gastronomia quando veraneava nas belas praias da Bahia do Rio de Janeiro, Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte.
Nas férias viajava com a família para tais praias onde passava dias e até meses. Sempre gostei de veículos de passeio grandes, tipo, veraneio, galaxy, Alpha Romeo, entre outros, que pudessem acomodar bem meus filhos.
Com o tempo, talvez pela ingestão freqüente dos tais ‘frutos do mar’, passei a sofrer de intolerância, que evoluiu para alergia. Meus médicos proibiram-me de degustar tais alimentos. Na verdade, passei a ser alérgico a iodo. E em função dessa alergia, cheguei a ter edema de glote por umas três vezes, todas controladas com a ingestão de corticóide.
Quando vou para um procedimento anestésico, tenho que informar ao médico que sou alérgico a iodo, uma vez que esta substância está presente em vários produtos para anestesia pré cirúrgica.
Numa dessas vezes, o anestesista preparava-se para aplicar um tipo de anestesia na minha espinha dorsal e eu, atento, chamei sua atenção para o meu quadro alérgico. Imediatamente ele chamou a enfermeira e pediu que trouxesse outro anestésico e ela nominou aqueles que estavam à mão, mas nenhum dos oferecidos servia por conter iodo em sua fórmula. Não me lembro bem o produto, mas o médico indicou que ela fosse ao local próprio e pegasse tal anestésico, o que foi feito e por fim, aplicou-me a tal substância e saiu tudo bem.
Muito casos de ‘choque’ que os pacientes passam em ato cirúrgico estão associados a certas alergias ou intolerância a certos medicamentos. E o doente, bem como seus acompanhantes, devem alertar o médico para tais coisas, sob pena de complicações que podem complicar a saúde do paciente e até levá-lo à morte.