Ele - In causos etílicos

Ébrio, encostado ao balcão, copo na mão, bebia ele entre amigos a conversar contando causos sem assunto certo ou definido, pois, conversa de bêbado só bêbado entende; o engrolar a língua, as palavras cambaleantes, desequilibrando-se caem da boca, no mesmo instante, que a abre para tomar mais um golinho, só mais um, mais um, mais um, mais um. Apenas um.

- Viu, como bebi apenas um golinho ??. Não bebi nada.

Assim, neste beber contínuo sem vírgulas nem ponto final, sente ele uma necessidade urgente de aliviar-se:

- Cadê o urinol ??. Onde vocês esconderam ??.

Já em desespero de causa pega a chave da mão de alguém e dirige-se ao urinol, que, também, serve como defecol. Lá no interior, dentro estava, quando as luzes se apagaram.

- Como irei acender o charuto, agora ??.

Saiu do urinol-defecol que se encontrava dentro de um quartinho, alí procurou um lugar mais claro para acender o charuto, mas ao pegá-lo, eis que cai ao chão e, no escurinho, sem muito ver, passa a mão ao chão e o encontra, leva-o a boca e sente um forte cheiro como se

alguém tivesse defecado no mundo.

- Mas, tudo bem. Estou num urinol-defecol mesmo - pensou ele.

E saiu do quartinho escuro dirigindo-se ao bar com o charuto na boca, aliás, meio macio aquele charuto. Pediu, ao primeiro que viu, um fósforo

para acendê-lo e qual não foi sua surpresa , quando o barzinho todo

caiu em gargalhada estrondosa que reverberavam pelas paredes, caindo aos ouvidos como uma afronta.

- O que foi ?? - perguntou ele.

- Vai fumar isto mesmo ?? - responderam, quase, em coro.

- Claro, é o meu charuto.

E pegando o charuto para certificar-se, sentiu náuseas e vomitando praguejava:

- Que merda é esta ??.

O riso foi geral.

- É merda mesmo, seu imbecil. É um longo e cilíndrico cocô de cachorro.

gerson chechi
Enviado por gerson chechi em 06/10/2012
Reeditado em 08/11/2012
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