Três Amigos - In causos etílicos
Eram eles: João, Janus e Jaime e estavam naquele famoso período de
descobrir a vida, viver aventuras, namorar de muito. Todos na mesma faixa etária: 18 aninhos. Amigos do sempre, decidiram, certa feita vez, viajar para a cidade interiorana do amigo João, carinhosamente apelidado Toinho.
Toinho naqueles longes tempos , era, digamos, robusto, forte; Janus era o rapaz cheio de malandragem; Jaime,capoeirista,de novo,porém, sempre a advertir que era ágil, eficiente na prática deste esporte.
Na época marcada ( fim de ano ), partiram eles carregando consigo doces expectativas, aventuras várias, mulherada, bebidas, comes. Alegria na partida, no embarcar. Jámente, levavam algo em saco de mão a fim de usufruí-lo durante a viagem: um precioso líquido; água que passarinho não bebe.
A cidade interiorana, por si só, falava de sua pequenez : igreja no centro da cidade; e à frente uma praça docemente agradável com bancos, belas árvores de formosas copas, palanque central para a apresentação de pequenas orquestras em épocas de festas. Impres-
sionava o lugar, e mais ainda, impressionava a praça cheia de gente:
as meninas andavam pelas calçadas junto a praça em sentido inverso ao dos meninos. A princípio, estranhava-se este comportamento, as meninas indo; os meninos vindo, dando voltas e voltas de inda-vindas.
Toinho, Janus e Jaime demoraram um pouco para compreender aquele
comportamento. Então, num estalo, perceberam: as meninas e meninos andavam desta forma para que pudessem olhar um ao outro, num pro-
cesso de simples escolha pelo parceiro ideal.
- Pô - comentou Toinho - o que parecia burrice, revelou-se um artifício de mestre para a escolha do par ideal. Legal, não ??.
Assim,eles, sem medo, participaram daquele ritual inda-vindas, até, a sorte os favorecessem com o sorriso sempre lindo da pretendida.
E foi assim, que o tempo voou super-sônico. Toinho encontrou a eleita, convidou-a a tomar sorvetes, dirigiram-se a sorveteria, e, estão
a tomar sorvetes,quando uma voz ruge lá fora:
- Clarinda, vem já pra cá. E você, cara feio, afasta da minha namorada senão cê vai ver só, hein ?
Depressamente Clarinda saiu.
- Ela fica com quem quiser, meu chapa - ainda berrou Toinho.
- Ah, ééé ??. Pera um pouco.
Os três amigos ficaram sem entender e, talvez, por isso mesmo, volta-
ram à praça. No repentemente, surge o namorado traído acompanhado, no mínimo, de mais 20 amigos.
- Õ espertalhão, o tempo vai fechar pro cês.
Ato contínuo partiram para cima a socos e pontapés. Toinho atracou-se com um rapaz,deveras, robusto, parrudo feito galo de briga. Ao sofrer o primeiro golpe, Toinho sentiu os dentes balangarem dentro da boca e, sem pensar, chutou o parrudo entre as pernas debaixo para cima e o que se ouviu foi um soprano numa ópera de adeus, fazendo Toinho rir daquele gritinho, que, quase, o engasga com um dente bobo
a cair na boca.Cospe-o longe.
Jaime, o capoeirista, num golpe temerário, tenta subir numa árvore na vertical mesmo, toma impulso para dar uma cambalhota e cair em pé distribuindo chutes para qualquer lado, pois, estava cercado. Assim, imaginou ele, porém, não tomara impulso suficiente e o resultado foi
estatelar-se no chão; riram os oponentes e partiram para cima aos chutes que ninguém queria se abaixar para dar socos. No depois, pensaria Jaime:
- Entrei numa briga contra 20 caras e não tomei um soco sequer. Du-
vida ??.
Janus, no meio da briga, parecia um joão-bobo, no meio de uma rodi-
nha, era socado de lá para cá, de cá para lá. No auge da briga, Toinho
grita:
- Recuar....recuem. Em desabalada carreira lá se foram eles.
Esconderam-se.
Logo, no depois, ei-los voltando a São Paulo, trazendo na bagagem uma sábia experiência para a vida toda:
- Se puder, bata, mas, bateu, pernas pra que te quero.