ACHADOS E PERDIDOS

Valquiria andava apressada naquela rua do Centro da cidade. Sentia os pingos da chuva molhando seu rosto, fato que a irritava mais ainda.

A fase definitivamente era uma das piores da sua história: Separação, readaptação com mudança de casa, mais os olhares desconfiados, as dívidas que se acumulavam, os problemas no trabalho e pra “completar” perdera todos os documentos. “Logo agora!”.

Depois de algum tempo naquela caminhada, chegou a um prédio que correspondia a indicação anotada num papel que trazia no bolso. Conferiu o numero e entrou. Foi até a recepção, onde uma moça indicou um outro guichê com a placa “Achados e perdidos”. Foi até lá com o desejo de resolver tudo e ir embora. “Por favor, meu nome é Valquiria Moreira, perdi meus documentos e me informaram que estão aqui...”, ela nem terminara a frase quando um homem de meia idade, moreno, estatura mediana, cavanhaque e olhar penetrante se aproximou. Olhou-a com atenção e respondeu numa voz grave e aveludada; “Pois não, espere só um minuto vou resolver seu problema”. Valquiria sentiu seu coração disparar enquanto observava o tal atendente. Um súbito de alegria provocou um sorriso de obrigado por se sentir viva apesar do momento.