ENTRE MENINOS E ANIMAIS
Foi numa noite destas qualquer.
Josi decidiu comer alguma coisa antes de ir a casa depois daquele dia de trabalho. Escolheu um restaurante próximo de uma praça movimentada. Ainda na entrada, viu a movimentação de cachorros, gatos e algumas crianças.
“Cuidado” ouviu de um dos garçons, “Pestes, ladrões, não valem nada! Estão aqui para roubar” continuou olhando para os meninos.
Josi concordou com um movimento de cabeça e com o coração.
Sentou-se e pediu um galeto. “Que tal um vinho suave para acompanhar?” sugeriu o tal garçom; “Sim” respondeu sorrindo.
Comeu lentamente e com prazer. Afinal estava com “muita fome”. Sorveu o vinho e sentiu a paz da saciedade. De súbito olhou no prato e viu que ainda restava um bom pedaço do frango. Pensou nos animais “Coitados, devem estar famintos”; não teve duvidas, arremessou o pedaço para o lado dos bancos da praça.
Viu quando os animais correram em direção ao alimento, mas viu também quando um daqueles meninos pegou o pedaço do frango, depois sorriu, beijou-o e passou a comê-lo. Viu ainda quando aquele menino chamou os outros meninos e dividiu a comida que resultou nos ossos que foram servidos aos animais.
O “banquete” marcou a vida de Josi.
Para sempre.