Apreciar o apreciável. O que custa?

E ao adentrar pelo portão branco, Joyce trocava com o porteiro educadas saudações e logo avistava a escada que daria para o seu apartamento. Joyce lembrou-se que uma vez havia lido que, na maioria das vezes, nos adaptamos ao lugar onde vivemos, às pessoas pessoas com quem convivemos, às roupas que vestimos, com as coisas que temos. E de fato, era verdade. Quantas vezes não desejamos algo com todas as nossas forças, e logo após a conquista do objetivo, o mesmo tem o seu valor subtraído? Joyce, não era muito diferente. Com grande frequência adaptava-se às coisas ao seu redor. Mas com aquele lugar era diferente. Continuou andando em direção a escada, aproveitando os últimos minutos da boa temperatura de uma cidade que, passando das oito da matina, o calor possuía presença garantida. Aquela escadinha de madeira e as flores rosadas que nela se apoiavam... Tinha algo naquela simplicidade que não deixava Joyce esquecer de apreciar aquela lenta subida até seu apartamento. O ar- talvez a energia, Joyce não tinha muita certeza se nisso acreditava- era calmo, irradiava serenidade, paz. E como não apreciar essas virtudes todos os dias? Amo esse lugar, pensou Joyce girando a chave e logo depois entrando no pequeno apartamento que já alarmava ter passado das oito.

mmmalencar
Enviado por mmmalencar em 19/09/2012
Código do texto: T3889530
Classificação de conteúdo: seguro