A pena...
Uma senhora estava faminta e sentindo seu estômago reclamar de tanta fome.
Bateu, então, no portão de um homem pedindo pelo amor de Deus um pãozinho.
O homem, arrogante e sem piedade alguma, xingou a senhora com palavras obscenas.
O homem pegou o pão e começou a apertá-lo na frente dela, deixando só os farelos, e disse: Agora come o seu pão.
A senhora, como em um desaguar de lágrima, foi embora. Com ódio, ela esperou um dia de vingança.
O Deus, ou os Deuses da vida, sugerem que um dia provemos do amargo, e, em outros dias, podemos degustar de um cálice mais doce.
Então, a vida da senhora deu uma reviravolta. Foi abençoada em sua moradia, onde não mais faltava mais pão, e sim o tinha a oferecer.
Depois de certos anos, a senhora se encontrava em sua casa, cantando e lavando sua louça, quando alguém bateu em sua porta...
Ela olhou pela janela e viu a sombra de um homem. Sem temor algum vai, foi atendê-lo.
Quando ela chegou diante do homem, se deparou com aquele ser que a humilhou no passado sombrio.
E o homem disse: ”Por favor, estou faminto... Arruma algo para eu me alimentar”.
Na hora, a senhora pensou na vingança, mas logo ela refletiu: "Nossa! Esperei tanto tempo por isto. Quantas vezes não dormi pensando neste dia, mas hoje não sinto mais ódio; sinto pena deste homem".
Renato F. Marques