Triângulo - In Um conto por um conto

Eram três amigos: Alfredo, Cinthia, Dionísio. A segunda casara-se com o primeiro há apenas dois anos.Eram felizes,eles, os recém-casados.No entanto , Cinthia que era de família de classe média alta, apresentava certas características e hábitos, costumes, próprios daquela classe: ela nunca sentira falta de nada; nunca precisara trabalhar e o que sempre desejava ela tinha.

Assim, Alfredo demorou, poucos meses, para perceber o estilo de vida da Cinthia, contudo, soube adaptar-se no princípio. Este princípio durou de 6 a 8 meses, depois disto, devido as constantes batalhas noturnas, porque Cinthia se revelava insaciável nos desejos carnais, exigindo que ele cumprisse todas as noites os seus deveres conjugais.Ambos jovens, na pujança das forças; era tudo felicidade e um alegre dever para ele. Quando, porém, o tempo passou e após os 8 meses, sentia-se já cansado e prestes a ser levado para o hospital a fim de tomar soro nas veias para recuperar-se. Ele tinha a impressão que até o seu instrumento de trabalho noturno dera uma catastrófica afinada; emagrecera o coitado.

Ao contar isto ao seu amigo Dionísio, ganhara o afetuoso apelido de

Fininho. Alfredo não gostou muito, mas fazer o quê ?. Quem o mandara falar sobre isto ?.

Certo dia, durante a semana de trabalho, Alfredo convida Dionísio para

passar a tarde na casa dele, onde beberiam, passariam a tarde conver-

sando, comendo...Comendo.

No dia aprazado chega Dionísio, todo prazenteiro, com um buquê de rosas na mão. O próprio Alfredo abre a porta para aquele e, ao vê-lo

de buquê em punhos, não resiste:

- Obrigado. Eu ,sempre,soube que meu charme é irresistível, só não pensei que você fosse se declarar.

- Não é para você, sua besta. É para a sua esposa; um gesto de gentileza, educação, etiqueta...

- Entra.

Logo, reunidos na sala, bebiam e comiam petiscos. A companhia de Cinthia acrescentava beleza, sensualidade e um certo ar de respeitabilidade no ar.

Alfredo bebia cerveja e com a cerveja generosas doses de whisky-

under-rock; Dionísio era mais comedido e Cinthia bebia,apenas, suco e

comia alguns petiscos que fazia Dionísio tremer nas bases e endurecer

nas extremidades. Aquela língua provocante, constantemente,a pas-

sear pelos lábios parecia um convite.

Alfredo, copo na mão, entre nuvens,pareceu ver uma cruzada de pernas da esposa em que se mostrava belas coxas, bem torneadas, sem varizes, enfim lindas.Mas bastou,apenas isso, e teve um apagão.

Cinthia levantou-se do seu lugar e dirigiu-se a Dionísio; pegou da mão deste; beijou-o longamente, enroscando-se em seu corpo como uma cobra.Ali, mesmo,na sala, deitaram-se ambos no chão, rolaram, ama-

ram-se selvagemente como animais no cio.

Alfredo, antes que dormir, desmaiara; a baba escorrendo pelos cantos da boca. Só o respirar levemente indicava vida naquele corpo.

Segunda-feira. Alfredo com sinos a badalar constantemente em sua

cabeça, ainda de ressaca era um contraste vivo do amigo Dionísio;es-

te assoviava e realizando tarefas parecia um canário a saltitar de

galho em galho nas árvores imaginárias. Alfredo não se conteve:

- O que houve, viu passarinho verde ?. Ganhou na mega-sena ?

- Não. Apenas, meu sonho se realizou. Encontrei meu tipo de mulher: uma fera selvagem, indomável na cama.

- Enfim, você encontrou alguém. Eu precisei me casar para encontrar.

- É, eu sei - respondeu Dionísio rindo.

gerson chechi
Enviado por gerson chechi em 29/08/2012
Reeditado em 08/11/2012
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