Por Acaso

Era uma noite fria e chuvosa, Paula estava saindo de seu trabalho quando de repente se deparou com um homem muito sujo que lhe agarrou e disse:

- Moça, por favor, me ajude estou com frio e fome, preciso de sua ajuda!

Paula tentando logo grita muito assustada e com nojo daquele homem:

- Solte-me seu nojento não tem pão velho, vai trabalhar!

Na Verdade Paula era uma pessoa egoísta e egocêntrica, sentia que o mundo girava em seus pés, não vou dizer que era uma pessoa feia por que estaria mentindo, uma mulher de vinte cinco anos, loira, olhos castanhos e possuía mais ou menos um metro e setenta, gostava muito de MPB, mas também era um pouco fã de rock, Chega em seu apartamento todo dia por volta das oito horas da noite, sempre ligava a televisão e ia ao banheiro logo em seguida após lavar suas mãos ia para a cozinha onde abria a geladeira e pegava seus congelados, pois tinha preguiça de cozinhar já que morava sozinha, após comer sempre voltava a sala onde via a televisão e por volta das onze da noite tomava seu banho para dormir.

Às seis e meia da manhã seu relógio despertava para mais um dia de trabalho, as seis e quarenta e cinco ela entrava no banho que durava em média quinze minutos nada mais que isso se trocava e fumava um cigarro e por volta das sete e dez, saia para pegar o ônibus para seu trabalho, Paula era gerente de uma empresa publicitária e não gostava muito de ir de carro para seu trabalho, pois o transito a deixava mais amarga do que era e com o de ônibus ia sentada e dormindo chegava até que menos nervosa, por volta das oito em trinta da manhã chegava ao centro de São Paulo, local onde trabalhava, parava em uma padaria e toma seu café e fumava outro cigarro sempre escutando Maria Rita e sempre por volta das nove horas da manhã entrava no prédio onde situava-se o seu emprego, entrava e não dava bom dia a ninguém, entrava em sua sala olhava os relatórios e sempre por volta das dez e meia da manhã chamava algum funcionário para dar bronca, achava que só que ela fazia era certo, as pessoas já não gostavam muito dela e faziam questão de demonstrar pelas costas, o que deixava Paula mais amarga.

Mais ou menos às duas da tarde, saia para seu almoço, ia sempre sozinha a um restaurante e sempre comia duas folhas de alface uma pequena quantia de arroz e um filé de frango, o valor de seu prato sempre era de R$ 7,50, demorava em média quinze minutos para comer, pagava sua comanda e saía, por volta das duas e meia voltava ao escritório sem dar boa tarde a ninguém e voltava ao trabalho.

Por volta das seis e quarenta saía de seu trabalho sempre passava por um barzinho de musica ao vivo onde ficavam muitas pessoas, Paula sempre olhava, mas nunca entrava e novamente ia pegar o ônibus para ir a sua casa e começar tudo novamente.

II

Eduardo era um rapaz de vinte dois anos e tinha uma visão revolucionaria, achava que tudo estava errado, odiava o sistema capitalista sempre vivia sempre bêbado quando não estava de ressaca, era um rapaz magro de cabelos negros encaracolados e tinha duas tatuagens uma no braço e outra nas costas, morava com os pais e trabalhava com o pai por isso não tinha preocupação nenhuma com horários, às vezes acordava de manhã e às vezes à tarde, chegava na hora que queria e saia na hora que queria, estava em todo tipo de passeata que era feita, gostava de Punk rock tinha vários amigos sempre estava pronto para ajudar pessoas de classes inferiores, sua família doava metade dos lucros mensais á um orfanato que existia próximo a sua residência.

Seus dias nunca tinham um cronograma, estudava quando tinha tempo para a faculdade, fazia serviços Sociais um curso gratuito, pois sempre gostou de coisas em pró da humanidade.

Na vida de Eduardo era tudo certo, era amado por seus amigos pelos pais, mas sempre faltava algo dentro de si, por isso as vezes entrava em depressão mas sempre com ajuda dos outros voltava ao normal, tinha uma cachorro chamado Luks, um vira-lata preto e branco que fazia as manhãs de Eduardo mais felizes mesmo quando estava de ressaca.

Era uma noite fria e chuvosa, Eduardo estava saindo do bar quando de repente se deparou com um homem muito sujo que lhe agarrou e disse:

- Senhor! Pelo amor de cristo, você pode me ajudar?

Ao ver que este homem fora destratado por uma mulher a poucos metros o jovem responde:

- Calma meu senhor! O que houve?

- Tenho Familia, e estou desesperado pois não tenho dinheiro para alimentá-los

- Vou ajudar ao senhor, dando trabalho e pagando, para trabalhar em uma metalúrgica tudo bem?

- Menino, você é Jesus cristo, aceito, posso começar amanhã?

- Claro que sim!

A empresa da família de Eduardo ajudava moradores de rua dando emprego para que conseguissem manter suas famílias.

Após ajudar aquele homem, Eduardo volta para casa, bêbado, pois não sabia como seria seu dia seguinte.

III

Na manhã seguinte, Paula acorda as sete amanhã, estava atrasada para seu trabalho, estava estranha e foi para o banho e demorou mais meia hora estava mais leve, fumou dois cigarros e resolveu ir de carro trabalhar, ligou o som bem alto e dessa vez não escutou Maria Rita resolveu colocar em uma Radio de rock e foi cantarolando até seu trabalho chegou, estacionou seu carro parou na padaria, pediu dessa vez um pão na chapa e um pingado deu gorjeta na hora do pagamento, chegando em seu trabalho as dez e meia, deu bom dia para todos, chegou em sua sala olhou os emails e convocou uma reunião e disse:

- Agradeço a todos pelo que conseguimos até hoje na empresa, não somos nada sem vocês e quero pedir desculpas pela minha arrogância nos últimos meses.

Todos não acreditavam no que ouviam, mas aplaudiram pela atitude nobre de sua gerente.

No Almoço resolveu comer picanha, arroz, feijão, fez à festa, se prato custou R$ 20,10, pagou chegou as quatro da tarde no trabalho, fez o restante de seu trabalho e as cinco e meia resolveu ir embora, passou pelo barzinho onde sempre teve vontade de ir e parou, Paula não bebia a mais ou menos dois anos, sentou pediu uma Serra malte e uma caipirinha de morango, a banda começou a tocar e Paula curtia como nunca curtiu...

Naquela mesma manhã Eduardo acordou um pouco estranho, sentia que não era uma mera ressaca, ligou para seu pai, pediu para ficar em casa, e seu pai autorizou e agradeceu por dar emprego a mais um homem que precisava.

A tarde almoçou com sua mãe, deu um beijo nela e disse que a amava muito, sua mãe sem entender também correspondeu ao afeto, quando chegou no fim da tarde os amigos de Eduardo ligaram e o chamaram para irem ao barzinho no centro, Eduardo concorda e vai se encontrar com os amigos, abraçou a todos quando os viu e disse:

- hoje quer que seja nosso melhor role!

Chegando ao barzinho rodos pediram uma dose de tequila e garrafas de Serra malte, e foi quando a banda entrou...

IV

Por incrível que pareça, Eduardo olhou para a parte de fora do bar e viu uma garota, sim era Paula que estava em estado de ecstasy, não fazia algo desse tipo a muito tempo, a banda começou a tocar Sailing de Cristhopher Cross e disseram:

- essa é para todos aqueles que dizem não ao amor!

Eduardo levanta seu copo para Paula, oferecendo um brinde e Paula ri e levanta seu copo correspondendo a musica soava cada vez mais forte e uma lagrima cai do rosto de Paula, Eduardo quando vê que algo de errado está acontecendo chega perto de Paula, Ela o recebe e começam a conversar sobre a vida, os amigos de Eduardo da outra mesa oferecem um brinde a eles da outra mesa, ambos riem, a banda começa a tocar musicas agitadas, Paula e Eduardo começam a dançar, parecia que se conheciam a anos, Quando tocou Bee Gees Warm Ride, ambos tiveram lembranças da juventude que pareciam não voltar mais, começaram a sentir um enorme desejo, Eduardo então pede um drink final, um Absinto, Paula ri por que sabia que Eduardo queria transar com ela, assim como Paula também queria fazer isto.

Por volta das duas horas da manhã Paula oferece seu apartamento para que Eduardo fosse com ela, Eduardo mais do que feliz aceita, ambos se despedem dos amigos de Eduardo e ao som de losing my religion do R.E.M, deixam o barzinho.

Paula e Eduardo avançam para o carro e vão para o apartamento, começam a se beijar loucamente, sentiam que seus corpos eram um só, transam loucamente por quase toda madrugada, logo depois Dormiram.

Eduardo acorda mais cedo que Paula, deixa um bilhete escrito seu telefone e que teria que trabalhar naquele dia.

Ao abrir a porta ele olha para Paula e diz para si mesmo:

“Nada nessa vida é por acaso”

Fecha a porta e parte para sua vida novamente.