VEJAM SÓ QUE DELÍCIA! LEMBRANÇAS DE UMA MENINICE FELIZ!
De todas as lembranças de minha meninice, há uma que sempre povoa meus sonhos ainda, e, me leva há um tempo distante quando após as aulas diárias na Escola tão querida, onde o aprendizado era repleto de assuntos que hoje ficaram no baú do esquecimento, pois das matérias ensinadas algumas foram sendo substituídas por outras e muitas vezes simplesmente desapareceram das escolas. Bem, o assunto é outro, sempre após as aulas, depois de um pequeno descanso, após fazer as lições, ou melhor, os deveres de casa eu ia me reunir com as colegas de classe da escola para brincarmos. Gente! Era maravilhoso, os folguedos eram diversos, pic de esconde, pular corda, pular maré( hoje amarelinha ), jogar baliza e o melhor brincar de bonecas, fazendo casinha, cozinhadinho e tudo que lembrasse uma verdadeiro lar querido.
Entre todas as brincadeiras o que eu achava melhor era subir nas árvores, que geralmente ficavam nos quintais das residências. Em Ipameri, Goiás, cidade do interior onde passei toda minha infância e juventude era comum toda a casa ter um quintal imenso, repleto de árvores frutíferas e árvores frondosas onde existiam verdadeiros ninhos confortáveis para as crianças brincarem, perigo? Não víamos nenhum. E em cima das árvores o que mais fazíamos era cantar, como verdadeiras patativas, eu então liderava sempre, pois acho que já nasci cantando, em geral eram modinhas saudáveis, musicas românticas que nem a letra era entendida direito, mas, representadas com muito apuro. Assim essa cantoria durava horas e horas e o melhor é que ninguém importava com o barulho, os vizinhos sentiam até falta quando por um motivo ou outro as crianças ficavam mais quietas.
Na casa de minha avó Antônia então era o paraíso, era praticamente uma pequena fazenda dentro da cidade, tinha de tudo, frutas de várias qualidades, galinheiro, horta com verduras fresquinhas, bananeiras, mandiocal cujos galhos encontravam uns com os outros formando verdadeiros esconderijos onde a gente brincava escondendo uns dos outros, numa alegria danada.
Tenho bem viva na memória a figura querida da vovó Antônia, sempre de avental, pronta para fazer de tudo para nos agradar. Meus primos e eu nos dávamos muito bem. Sinceramente? Não me lembro de nenhuma briga séria, apenas briguinhas comuns entre crianças. Ficávamos sempre no quintal procurando motivos diversos para tornar as brincadeiras mais prazerosas do que já eram. Quando era tempo de chuva a coisa mudava de figura, o quintal da chácara ficava um verdadeiro lamaçal e pra piorar, modo de dizer, era tempo das mangueiras nos presentear com mangas deliciosas, imaginem só a trabalheira que era colher as frutas. Quando a chuva era de vento o chão sob as árvores ficavam cobertos de folhas e do precioso fruto, mais parecia um tapete dourado como o ouro brilhante e na realidade não deixava de ser valioso demais aos nossos olhos infantis.
E quem ia apanhar nosso tesouro após a quase tempestade? Vocês já imaginaram... Vovó Antônia, às vezes trôpega, os sapatos afundando na lama, mas feliz, voltava trazendo o avental repleto de mangas apertado ao peito, bem pertinho do coração! Saudades que aquecem minha vida e espero que a de amigos e amigas que vão me dar o prazer de ler este relato.
Goiânia, 29 de julho de 2012 – Sônia.
Para meditar:
“BEM – AVENTURADO AQUELE QUE TEME AO SENHOR E ANDA NOS SEUS CAMINHOS” Salmo 128, VRS. 1.
LEGENDA e referência pessoal:
Ipameri Goiás – cidade do interior;
Antônia Pedroso de Moraes – minha avó paterna;