VIAGEM Á CATALÃO!
Quando mudamos para Goiânia em março de 1961, vindos da cidade de Ipameri, papai, Pérsio Pedroso de Moraes, assumiu suas funções de Gerente da Varig na capital após ser transferido, por motivo de terem sido fechadas as Agencias da Real Aerovias Brasil, que fora comprada pela Varig. Consequentemente, todas as Agencias das linhas aéreas em Goiás ou quase todas deixaram de existir, o motivo principal foi a modernização das aeronaves, os Douglas DC3 praticamente não mais cortavam os céus do Brasil, dando lugar aos aviões mais avançados na época.
Essa introdução foi para esclarecer que em 07 de junho de 1961, nasceu meu irmão caçula o Pérsio Junior, nosso Pérsinho, já em Goiânia, literalmente começamos uma vida nova. A vovó Antônia, mãe do papai estava morando com a sua filha, Tia Nenzinha, na cidade de Catalão- Goiás, porque seu esposo o Tio Sinval que era Fiscal do Estado havia sido transferido de nossa cidade de Ipameri para a referida cidade. Gente foi uma época realmente de grande mudança em nossas famílias.
O papai e a mamãe, Paulina de Souza Moraes, estavam loucos para levar o rebento para conhecer a avó Antônia, Tia Nenzinha e os demais membros da família, nossos primos, Samuel, Rachel, Paulo, Júnia, Mirian e nosso tio Sinval. Então, foi organizada uma viagem á Catalão, para levar nosso precioso irmãozinho para ser apresentado á família e amigos.
Êta viagem maravilhosa! Nós fomos de trem, o famoso trem de ferro, papai, mamãe, Renato, Rone e eu, levando na bagagem nosso pequeno tesouro. A viagem durava o dia todo, saímos de Goiânia de madrugada, e, já na primeira parada quando o dia já estava amanhecendo papai e eu já estávamos procurando o carro restaurante, daí ao longo de toda viagem foi um tal de come isso, come aquilo. Os funcionários, que poderiam ser chamados de comissários de bordo, passavam pra lá e pra cá oferecendo guloseimas, revistas e muitas cozitas mais. Do meio da viagem em diante já ficamos permanentemente no carro restaurante. Nem é preciso dizer que a mamãe ficou sozinha cuidando do bebê, mas... A gente levava tudo de bom para ela também, quando o trem parava na estação, pois quando estava em movimento o papai não deixava a gente passar de um carro para outro.
Nem é preciso dizer que o papai abancou em uma mesa e só desceu no nosso destino, ele era muito calmo para comer, demorava... Quem o conheceu sabe bem do que estou falando, não é atoa que falamos: Pedroso é boca boa...
Só posso dizer que foi muito bom nosso fim de semana em Catalão, pra completar tinha até um circo na cidade, paixão de meu pai, minha avó e por herança, nossa também. A vovó e os demais parentes ficaram muito felizes com a visita e paparicaram o Persinho pra valer, pena que foi uma curta estadia, mas foi maravilhoso. A volta vou deixar para a imaginação do leitor, mas já sei o que estão pensando...
Obrigado Jesus por tanta felicidade e pela alegre convivência com nossos pais e familiares, bom demais reviver as viagens de trem de ferro, SAUDADES!
“Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe” Provérbios, 01 v 8.
Goiânia, 09 de maio de 2011. Sônia.
Legenda e referência pessoal:
Pérsio Pedroso de Moraes – meu pai;
Paulina de Souza Moraes – minha mãe;
Persinho – Pérsio Pedroso de Moraes Junior – meu irmão caçula;
Catalão – Goiás – importante cidade do interior;
Ipameri- Goiás- cidade do interior de Goiás, considerada a sala de visitas de Goiás;
Vovó Antônia – mãe de meu pai;
Tia Nenzinha e Tio Sinval – minha tia irmã de meu pai e seu esposo;
Tia Zilda – irmã de meu pai;
Samuel, Rachel, Júnia, Paulo e Mirian- meus primos;
Real Aerovias Brasil e Varig – companhias de aviação;
Douglas DC 3 – aeronave da época;