Um conto não terminado.

Você se lembra de quando nos vimos pela primeira vez? Eu me lembro. Você estava de preto sentado em uma calçada em baixo do luar, era visível a dor em teu olhar, pelo que parecia a noite não parecia desagradável só para mim. Sorri ao passar por você e, sem motivo algum lhe entreguei a rosa vermelha que carregava em minha mão esquerda, você mostrou um sorriso gentil e eu segui por aquelas ruas escuras e assombrosas.

A noite estava extremamente fria e o meu vestido não me favorecia. Eu estava um tanto quanto assustada andando por aquelas ruas desertas... Meus saltos já estavam me machucando, tinha sido uma tolice ir aquele baile idiota, o que eu esperava achar ali? Um cara que iria me ver – me tiraria para dançar- Diria que eu estava graciosa – Então me convidaria para sair outras vezes e viveríamos uma linda história de amor? Logo eu. A esquisita? ... Pelo contrario. Fiquei lá, parada, observando casais dançando e se divertindo. Fiquei apenas segurando minha rosa e bebendo daquela bebida vermelha que por sinal tinha um gosto horrível. Bastaram algumas piadinhas esnobes das garotas consideradas ‘‘populares’’ para que eu me cansasse daquilo tudo e fosse embora. Sai daquele lugar com lagrimas nos olhos, ao passar pela porta da frente eu o vi... Era o garoto novo. Ele tinha olhos cor de mel e um cabelo cor de terra, ele era um pouco mais alto do que eu, a luz da lua cintilava sobre sua pele branca.

Como já havia dito antes, ele tinha uma expressão triste no olhar. Mas quando meus olhos cruzaram com os dele eu senti algo diferente. Uma paz invadiu meu peito e foi como se todos os meus problemas tivessem evaporado. Havia algo nele que mexia comigo. Algo que eu não sabia o que, mas que mexia comigo pra caramba.

Senti vontade de sentar ao lado dele, mas minha timidez costuma me dominar então só sorri, lhe entreguei a rosa e parti. Meu coração quase parou ao vê-lo sorrir de volta.

Enquanto ia a caminho da minha casa fazia uma lista de objetivos:

1º - Eu iria dar uma boa tapa na cara da minha timidez, ia arrumar as malas dela e expulsa-la.

2º - Eu iria descobrir o nome daquele garoto e iria arrumar uma forma de me aproximar dele.

3º - Eu iria dar uma bela de uma lição naquelas garotas estupidas.

Eu já estava andando com os pés descalços quando um carro modelo UNO cortou meu raciocínio parando atrás de mim... Não ousei olhar para traz, havia uns caras bem imbecis na minha cidade, continuei andando quando eu ouvi aquela voz dizendo – Não acha que esta meio tarde para uma garota andar sozinha por essas ruas perigosas?

Meu coração parou. Morri ali. Minha mãe deve ter ficado muito mal. Porque quando ouvi aquela voz pensei que estava morta e deveria estar no paraíso. Era ele... O garoto novo. Eu já havia escutado sua voz uma ou duas vezes enquanto ele falava com o professor. E agora ele estava ali. Falando comigo. Será que estava me confundindo com alguma garota? Não havia muito tempo para ficar pensando então com a maior calma do mundo virei-me e o olhei. Sem dizer absolutamente nada. Eu sei, cara como eu simplesmente me viro e não digo nada? O garoto mais lindo que já vi na vida para o carro e fala comigo e eu só o encaro? Estou louca? Não, é que simplesmente não queria demostrar tanto, embora estivesse me derretendo e dando cambalhotas por dentro, deixei transparecer apenas uma leve pontada de surpresa.

( faz um tempo que escrevi isso e não conclui, vou terminá-lo e posto aqui )

Débora Woolf
Enviado por Débora Woolf em 31/07/2012
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