Toshio - In Experiências de uma mesa de bar
Tarde,o inverno faz leves gotas de chuva caírem.O movimento acelerado e o barulho incessante fazem a paisagem mecânica de todos os dias.
O senhor já de andar cansado,parece carregar o peso das diferentes fases da vida vivida.No semblante um quê do Nada se espalha; no olhar um prazer monótono de mais um dia que se vence.Um andar curvado que se arrasta.
Era em um bar,que em meu dia de programação sem programação,tinha entrado e sentado esperando ser atendido.O burburinho ininterrupto indicava outras vidas indiferentes a servirem-se; outros rostos sem fisionomia de gestos preconcebidos; os risos chilreavam; as palavras tartamudeavam e se perdiam sem significados.
Era em um bar,numa mesa.
O senhor que azafamado corria e atendia um ou outro freguês,parecia repetir gestos,atitudes,frases de todos os dias. - Por favor,sirva-me um pastel e um refrigerante. E o senhor que convenciono chamar Toshio,pois era japonês,num sorriso congelado repetia: - Gelado ??. Reforçava numa espécie de cortesia vendida.
Servido os fregueses sua atenção voltava-se para as louças sujas e,então iniciava-se um novo ritual pragmático de todos os dias.Neste ritual em que se lavava,percebia-se que os Deuses em seus altares não oravam,apenas Toshio e seu sócio obravam o pão de cada dia.Era o dia eterno do senhor Toshio. Saí deixando o eterno senhor Toshio do seu eterno dia,pensando em minhas eternas mudanças e nos eternos Toshios que frequentemente,encontro nos caminhos da vida. Sei que o senhor Toshio não se esconde,apenas num bar.