APENAS MAIS UMA RECAÍDA

Sentia-me sozinha. Na verdade, podia-se dizer que no momento eu estava sozinha. Um turbilhão de pensamentos vieram à tona, trazendo consigo velhas lembranças e sentimentos na qual eu pensava ter escondido. Eu sentia um buraco enorme em meu peito, uma falta absurda. Mas tudo isso era apenas saudades de você. Mais uma lembrança atormentou meus pensamentos, e logo meus olhos se embaçaram devido as lágrimas. Encolhida no canto do banheiro, eu chorava baixinho para ninguém escutar, e em minha mente eu pedia desesperadamente para que você voltasse. Eu havia me acostumado a tê-lo ao meu lado, eu já o amava o suficiente para não querer perde-lo. Mas de uma maneira repentina, você se foi. Me deixou à deriva. Eu não queria pensar nisso, mas talvez encontrastes alguém melhor do que eu. Por tal motivo, sentia-me completamente insuficiente. Seria culpa minha? Era isso que meu subconsciente gritava. Apertei ambas mãos no ouvido, numa tentativa inútil de cessar os gritos da minha mente. Cheguei a um ponto em que eu me odiava. E sem poder ouvir a voz da razão, uma ideia um tanto absurda passou pela minha cabeça. Me cortar. Aquela era a melhor alternativa? Realmente era necessário me cortar mais uma vez para que tudo acabasse? Para que o choro acabasse? Para que o desespero acabasse? Para que tudo acabasse? Para que tudo tomasse sentido? Seria essa uma maneira de cessar todas as minhas dores? Às vezes desejava ser como algumas pessoas. Vazias. Completamente vazia. Sem essa dor constante em meu peito. Na hora não pensara em nada. Abri a torneira da banheira, fitava a água enchendo a mesma rapidamente logo começando a escorrer para o chão, meus pés seguiam ao meio da poça de água, parei em frente ao espelho e encarei o meu reflexo com o maior desgosto que meus olhos podiam mostrar. Rispidamente peguei a lâmina afiada, a fitando por alguns segundos. Sem hesitar a passei contra minha pele, fitando o sangue sair sem pudor. As lágrimas em meus olhos saiam quentes, já acostumados com aquele tipo de dor. Adentrei a banheira, logo o sangue invadia a água, tornado-a vermelha. Afundei minha cabeça, pensando mais uma vez no que fizera. Uma recaída, eu tive mais uma recaída. Na qual me arrependeria no dia seguinte...

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Luana de Castilho
Enviado por Luana de Castilho em 27/07/2012
Reeditado em 27/07/2012
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