Não caso : um caso - In Contos do dia e da noite
Era a primavera de nossas vidas.Acreditávamos amar.Deste amar tão imenso que abrangia o cosmos.E comíamos tão imenso amor.O café da manhã, o almoço, o jantar. Era tão nosso...Parecíamos tão somente um.Éramos nós.
Amanhecíamos tão unidos que dores outras sempre nossas.O querer de
um,algo tão presente que feria a ausência ocasional do outro.
Preenchíamo-nos em espaço tão pequeno quanto o Universo de nós incomensurável...E chorávamos,vezmente, por perceber tanta vida em tão pouco espaço preenchido. Éramos Universo finito,chorando vazio no que percebíamos de infinito.
Divinizamo-nos no que material poderia ser.
O material passou.Vingou-se-nos.
O que era Divino de humano morrera em si.