LINHA DE TIRO!

Tenho certeza que muitos leitores estão se perguntando, o que é Linha de Tiro? E realmente muitos nem têm ideia sobre o que vou relatar, é claro que existem muitos significados para essa expressão, mas na verdade lá vou eu falar de Ipameri GO novamente, ETA assunto bom não é mesmo?

Já tive oportunidade de falar sobre o Sexto Batalhão de Caçadores sediado em nossa cidade de Ipameri e, (são lembranças da década de cinquenta), como todo exército que se preze tem campo para treino, na verdade uma das muitas finalidades é ensinar aos recrutas como defender nossa Pátria, entre outras mil atividades. Aí que entra o assunto objeto desse relato.

Na verdade, o nome correto é campo de treino, mas á época conhecido por linha de tiro. Os habitantes da cidade, após autorização do comando da companhia, sempre podiam passar um dia de lazer no local preparado para os treinamentos. Vou explicar: Era um campo lindo, bem cuidado, repleto de árvores frondosas desde o portão da entrada até na grande piscina que ficava bem abaixo, o terreno era inclinado e, ao lado da piscina grande e funda, tinha outra menor, bem mais rasa, própria para crianças, mas na verdade os adultos também preferiam ficar mais tranquilos, além de olhar as crianças mais de perto. Muitos adultos não sabiam nadar bem e não queriam arriscar.

A estrutura desse campo de treinamento era muito especial, era tudo muito monitorado, muito seguro. Nossa família sempre conseguia permissão para aproveitarmos as comodidades que esse passeio oferecia. A comida era preparada em casa e levada pronta para saborearmos ao longo de todo o dia. Papai, sempre deixava os filhos convidarem os amiguinhos mais chegados e nossos primos e tios. Já comemorei meu aniversário muitas vezes neste oásis.

Falei, falei e deixei o assunto de lado, acima dessa área de lazer ficava a famosa linha de tiro onde eram treinados os soldados e oficiais, nunca chegamos nem perto, era proibido nos aproximarmos da sede dos treinamentos e, imagine, a curiosidade era enorme e acreditem, muitas vezes, minhas primas, primos e amigos íamos escondido de nossos pais até bem perto do perigo, hoje fico pensando, nossa geração também aprontava bastante. Graças á Deus nunca se soube de nada trágico, pelo menos eu não tenho notícias.

Não posso deixar de falar como o papai, Senhor Pérsio, gostava do passeio que acabo de descrever, era o primeiro a entrar na piscina pequena e o último a sair, até comer um lanchinho ele comia dentro da água, pois a piscina era rasinha, nós ficávamos todos em volta dele. Uma vez ele arriscou e entrou na piscina grande e funda, ficamos olhando e gritando: cuidado pai, mas ele não era bobo e nadou seguindo as bordas da piscina, pois qualquer imprevisto ele poderia agarrar e se salvar. Graças á Deus não foi preciso salvamento nenhum. Tenho muita saudade dos momentos alegres em família, principalmente na nossa meninice.

Goiânia, 04 de junho de 2011. Sônia.

Legenda e referência pessoal:

Pérsio Pedroso de Moraes – meu pai;

Ipameri- Goiás – cidade do interior;

Sexto Batalhão de Caçadores - Unidade do Exército Brasileiro;

PS. Quem nunca leu o gibi “Recruta Zero”? Creio que todos que estão lendo este relato estão se imaginando estar no Quartel Swampy não é? Eu também!

Sônia Pedroso
Enviado por Sônia Pedroso em 21/07/2012
Código do texto: T3790150
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