A COR DO PRECONCEITO

O raio solar já despontara, e o movimento nas ruas começava nas ruas. Era mais um daqueles dias para José ,um homem de estatura mediana,de cor negra,ele estava incluído nas estatísticas dos desempregados que o IBGE computa durante o ano. José não teve grandes oportunidades na vida,tirou seu nível médio ás duras penas,mesmo com as facilidades oferecidas pela escola pública,aquela,aquela mesma que tem o ensino que conhecemos que faz de tudo para preencher as notas do aluno de azul para que ele não fique encalhado na escola, assim as notas são graciosas,os trabalhos que José fazia para obter as notas era de uma indecência a toda prova. Mas o que fazer? É o sistema, e contra o sistema ninguém pode.

José estar no ponto pontualmente ás 6 horas da manhã esperando o ônibus para entrar em mais uma fila de emprego. A fila é por demais extensa, o sol começa arder,as pessoas procuram se proteger do sol,no entanto, os abrigos são insuficientes. José não conseguiu se livrar do sol que brilha para todos indistintamente.

São duas horas de espera até chegar ao entrevistador. José caminha numa pressa ininterrupta á mesa do mesmo.O entrevistador com um óculos de aro pequeno o observa de cima a baixo. José com suas roupas simples doadas pela Igreja Batista que frequenta treme ao perceber o olhar daquele homem que tem o poder de dar o sim ou o não para o seu emprego de distribuidor de panfletos. Aquele emprego seria bem vindo naquele momento,pois segundo o anuncio ,além do salário mínimo oferecia vale transporte e vale refeição.

Senta-se á mesa e começa enfrentar o interrogatório do entrevistador,que pode ser naquele momento o seu algoz, o destruidor de uma esperança de vida menos apertada.

José que não tivera boas lembranças com empregos ou melhor dizendo,com bicos como panfletário,pois das outras vezes em que tivera a oportunidade de trabalhar com esse tipo de atividade não fora muito feliz. Os donos de clinicas em que fazia propaganda enrolaram,exploram a sua ingenuidade e precisão diante da sobrevivência. Também foram vítimas de uma parte das pessoas que se saiam quando ele ofertava os panfletos,assustadas corriam pensavam que era ladrão,e é claro,quando José chegava em casa se sentia o pior dos seres humanos existentes no planeta Terra. Agora não,podia ganhar mais dignidade nesse novo trabalho,mas sabia também que o preconceito das ruas seria o mesmo, a rejeição a cor negra, principalmente aquele que está na condição inferior da escala social.

José ao sentar-se naquela cadeira em frente aquele homem branco de olhos azuis, cabelos castanhos claros percebeu que não poderia ser uma jornada feliz aquele dia, José percebera que aquele olhar o fuzilara assim que ele se aproximara da mesa.

inclemente
Enviado por inclemente em 17/07/2012
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